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Irmã de torcedor baleado em frente ao Náutico defende extinção de organizadas

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 09/09/2015 às 15:59
Lucas foi baleado faz três anos. Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Lucas foi baleado faz três anos. Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Lucas Lyra foi Lucas Lyra foi atingido na cabeça em fevereiro de 2013. Foto: JC Imagem

No mesmo local onde dezenas de torcedores entraram em confronto após o jogo Santa Cruz 1x2 Paysandu, a família Lyra viveu uma tragédia há dois anos e meio. Lucas Lyra, torcedor do Náutico, foi baleado por um homem que fazia a segurança de um ônibus. Tanto tempo depois algo semelhante está acontecendo e deixa na família o mesmo sentimento de indignação. A irmã mais velha, Mirella, defende a extinção das torcidas organizadas e as brigas virem crime inafiançável.

"Tem que ser tomada uma medida drástica. Essas torcidas têm que ser extintas. Será que um torcedor de bem danifica o patrimônio do próprio clube? Não são torcedores, são marginais infiltraados. Isso tudo acontece por conta da impunidade. A Justiça é cega, surda e lenta", diz.

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Adjetivos que fazem com que o crime do qual seu irmão foi vítima não ter um fim. "A pessoa que atirou em Lucas ficou dez dias presa e está respondendo ao processo em liberdade. Enquanto isso ele está condenado há dois anos e cinco meses em cima de uma cama. Os torcedores do caso da privada foram condenados e ficamos muito felizes com isso. Mas será que isso vai acontecer quando alguém morrer?", lembra.

A opção por transformar briga de torcida em crime inafiançável, segundo ela, é um complemento à extinção. O raciocínio dela é que mesmo com as uniformizadas não existindo juridicamente as pessoas podem se organizar sob outras marcas, inclusive as camisas oficiais dos clubes. "Se você for pego traficando não vai preso e não pode pagar fiança? Extinguir só não resolve".

O medo da violência chega ao ponto de ela evitar usar a camisa do clube sob qualquer circunstância, seja dia de jogo ou não. Quando trabalhou como recepcionista no clube precisava usar uma farda, obviamente com o escudo do Náutico. Numa das idas ao trabalho foi vítima de uma pedrada justamente por estar com um símbolo alvirrubro. "Comecei a ir com outra camisa e vestir a farda apenas quando chegava ao clube".

Mirella também acredita que a direção do Náutico precisa agir com rapidez e contundência e usa como bom exemplo a atitude do adversário Sport e não engole o fato de membros da facção do Paysandu fazerem da sede alvirrubra um abrigo. "A atitude dele foi muito boa em exluir do quadro de sócios pessoas ligadas a organizadas e o Náutico não poderia deixar eles entrarem. Se deixassem que fizessem uma relação de quem estava lá para ter alguma espécie de controle", pontuou.

LUCAS - Lucas Lyra segue se recuperando no Hospital Português. O próximo passo é livrar o estudantes de dores na região do abdômen. De acordo com a irmã o problema pode ser no nervo abdominal, que terá que passar por um processo de cauterização, semelhante do que foi feito na cabeça de Lucas para as dores passarem. "Ele vai à missa todos os domingos na cadeira de rodas e fica de pé com ajuda. Viu a briga no noticiário e ficou indignado".

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