Por Álvaro Filho
Editor do Blog do Torcedor
Sinto muito, mas não tem desculpas. Tem coisa que não se explica.
A diretoria do Náutico só tem duas saídas em relação aos episódios deprimentes da guerra campal que se instalou em sua sede, na Rosa e Silva, sitiando moradores assustados e levando ao pânico transeuntes indefesos: se declarar culpada ou muito culpada.
É pau, é pedra, é o fim do caminho para uma gestão que caminha para o fim como quem sobe num cadafalso.
A nota de repudio publicada na noite dessa terça (8) sobre o assunto chega a ser patética, não fosse, acima de tudo, mentirosa.
Durante toda terça-feira a sede do Náutico poderia muito bem ser a sede do Paysandu. Torcedores uniformizados em azul e branco, convidados da diretoria alvirrubra, se confraternizavam com os confrades da Fanáutico, num esquenta para o jogo do Santa Cruz.
Alias, para o jogo não, torcedor organizado odeia torcer, o jogo é o de menos.
O pior é que o Náutico é reincidente, já emprestou sua sede, incluindo o parque aquático, para uma manhã de sol da organizada do Ceará.
Em vez da bravata em forma de nota, a diretoria do Náutico deveria mesmo era humildemente assumir a culpa e pedir desculpas aos seus vizinhos e à sociedade em geral por não ter competência em gerir sua própria casa.
É bom que se diga que o Santa Cruz também tem sua grande parcela de culpa, pois assim como o Náutico dá guarida a delinquentes e criminosos. Seja por interesses, que não devem ser bons, ou por mera frouxidão.
Mexer com a paixão de torcedores é uma responsabilidade e tanto, mas erros neste campo não vão causar nenhum dano pessoal, salvo em casos extremos.
Mas ser conivente com ações que colocam em risco a integridade e até a vida das pessoas, é desumano. Na praticada, cada dirigente segurou e arremessou com as próprias mãos a pedra que poderia ter tirado a vida de alguém.