Polícia Civil faz buscas no Recife contra suspeitos de fraudar licitações e lavagem de dinheiro
A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou, na manhã desta quinta-feira (15), a Operação Rit Stop para desarticular uma suposta organização criminosa suspeita de praticar fraude em licitação de materiais gráficos e lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de valores e proibição da pessoa jurídica de participar de licitações. As determinações foram expedidas pela Vara Única da Comarca de Nazaré da Mata. As ações foram realizadas no Recife.
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A operação “Rip Stop 2” é derivada de uma ação deflagrada em junho de 2020, para apurar o mesmo tipo de crime em Petrolina, no Sertão. As licitações são de compra de material gráfico. Na primeira fase, foram apontadas, pelo Tribunal de Contas, 131 licitações, envolvendo mais de R$ 132 milhões. Três contratos estão sendo analisados na segunda fase.
Na primeira fase, a empresa investigada seria de fachada e suspeita de fraudar licitações. "Grande parte das licitações em que se tem suspeita de fraudes ele colocava apenas empresas dele, vinculadas a ele ou a familiares. Fazia uma falsa concorrência, onde só empresas dele concorriam", disse o delegado Diego Pinheiro, titular da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco).
Segundo as investigações, "algumas empresas ligadas a um mesmo grupo econômico e familiar concorriam entre si, fraudando, desse modo, as licitações, pois, frustravam o caráter competitivo das mesmas, impedindo a seleção de uma proposta mais vantajosa para a administração pública".
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"Foi verificado que várias das empresas ligadas ao referido grupo econômico e familiar eram de fachada, tendo em seus quadros societários laranjas do líder da organização criminosa, e que essas pessoas jurídicas e físicas também eram utilizadas para lavar o dinheiro angariado com as fraudes nas licitações", diz a Polícia Civil.
A operação é vinculada à Diretoria Integrada Especializada (DIRESP) e liderada pela 2ª Delegacia de Combate à Corrupção, integrante do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO).
“Nosso objetivo é o de colher provas para vincular essas empresas que possivelmente são de fachada e os sócios são laranjas do empresário alvo da Rip Stop 1”, afirmou o delegado Diego Pinheiro.
As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL), com a participação também do laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB/DINTEL).
15 policiais civis participam da execução dos mandados, entre delegados, agentes e escrivães.
Os nomes dos investigados não foram divulgados.