A limitação do elenco ficou clara no empate do Sport por 0x0 diante do Vitória, na noite desta quarta-feira (14), na Ilha do Retiro, pela 34ª rodada do Brasileirão. Os leoninos só não podem voltar para a zona de rebaixamento nesta rodada porque o Bahia venceu o Ceará por 2x1 com um gol no apagar das luzes e ficou em 15º lugar, com 38 pontos, assim como o Ceará (16º) e um a mais que a Chapecoense, que recebe o Botafogo nesta quinta (15).
O técnico Milton Mendes surpreendeu trazendo o meia-atacante Andrigo para a lateral direita. O argumento era de que, assim, mexeria menos na estrutura da defesa, o que de fato aconteceu, já que Raul Prata foi mantido na esquerda e Ernando manteve-se acompanhando Adryelson na zaga. Lá na frente, Rogério no posto de Gabriel. O problema é que, se a defesa mudou pouco, a forma de o time atacar pelo lado direito ficou comprometida.
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Rogério, sem ritmo de jogo, teve muita dificuldade em dar sequência às jogadas, pois, tendo que se distanciar da área, recebia a bola de costas para a marcação. Ele teve até uma grande chance antes de chegar ao segundo minuto. Recebeu lançamento de Jair dentro da área e, sozinho, mandou por cima. Já Andrigo não tem a explosão que se espera de um lateral, função que faz muitas ações de alta intensidade.
Coube ao time explorar mais o lado esquerdo. E foi de lá que saíram as melhores investidas, mas sem finalizações de perigo. Ela só veio na bola parada, quando Adryelson cabeceou cobrança de escanteio raspando o travessão. Já o Vitória jogou praticamente 'torto' para o lado direito, onde estava o ex-Náutico Erick. Mas o que sobrou em habilidade para o camisa 11 faltou em espírito coletivo. Sem dar velocidade, os atacantes baianos foram bem marcados. A melhor chance foi num chute de Erick, que Mailson defendeu em dois tempos.
Segundo tempo
A etapa final começou bem mais complicada para os donos da casa. E o prenúncio de que o complemento do jogo não seria fácil foi um erro quase fatal do goleiro Mailson. Ao tentar repor a bola com um munhecaço, o camisa 32 mandou a bola contra a própria barra. Ele mesmo conseguiu correr rápido o suficiente para evitar o gol baiano. Coincidência ou não, a partir dali, os rubro-negros de Pernambuco não conseguiram trabalhar a bola no meio de campo.
Essa dificuldade na armação prejudicou a criação e facilitou a marcação do Vitória. A equipe visitante poderia até levar mais perigo se colocasse mais a bola no chão e evitasse tantos cruzamentos. A qualidade do jogo caiu bastante, pois os dois times pareceram assumir suas limitações adotando a bola longa em detrimento da construção das jogadas.
O Vitória ainda tentou dar mais força ofensiva com a entrada de Rhayner. Já o Sport esbarrou nas limitações de seu próprio elenco. No time rubro-negro não havia um jogador no banco que tivesse uma característica de mudar o ritmo do jogo ou resolver numa jogada individual. Mateus Gonçalves, que tanto salvou os leoninos nas últimas rodadas teve uma oportunidade de ouro aos 36 minutos quando foi lançado por Fellipe Bastos mas acertou a trave esquerda.
Ficha do jogo - Sport x Vitória-BA
Sport
Mailson; Andrigo, Adryelson, Ernando e Raul Prata; Marcão, Jair e Michel Bastos; Rogério (Rafael Marques), Mateus Gonçalves e Hernane Brocador (Fellipe Bastos). Técnico: Milton Mendes.
Vitória-BA
João Gabriel; Jeferson, Ramon, Lucas Ribeiro e Benitez; Arouca (Rhayner), Willian Farias e Léo Gomes: Erick, André Lima (Eron) e Lucas Fernandes. Técnico: João Burse.
Brasileirão (32ª rodada). Local: Ilha do Retiro. Árbitro: Anderson Daronco (RS). Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Rafael da Silva Alves (RS). Cartões amarelos: Adryelson, Raul Prata, Rafael Marques, Andrigo, Lucas Fernandes, Benítez e Léo Gomes. Público: 22.652. Renda: R$ 214.425.
