VP do Facebook faz publicidade do site em meio à crise na empresa

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 28/07/2012 às 20:05
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Foto: Débora Guelman/Divulgação

Por Pedro Gomes

Na principal palestra da programação deste sábado (28) do Campus Party Recife, o vice-presidente do Facebook na América Latina, Alexandre Hohagen, falou sobre a sua experiência à frente da montagem e suporte da rede social no continente. É a primeira vez que a empresa participa do evento no Brasil. Além disso, Hohagen chega ao Recife em busca de "pessoas interessantes". Isto é, jovens recém-formados, que tenham conhecimento na área de engenharia de produtos. Mais do que uma simples tentativa de recrutamento, sua presença na cidade ratifica a força de Pernambuco na área de tecnologia.

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Curioso observar que, além de responder às expectativas dos "campuseiros" ao expor as principais tendências no mundo das mídias sociais, Alexandre Hohagen tenha investido grande parte dos seus 60 minutos de apresentação na publicidade dos serviços do site. Isso acontece justamente no momento em que as ações do Facebook fecharam em queda de mais de 11% nesta sexta (27). Na véspera, a companhia divulgou prejuízo líquido de US$ 157 milhões. Essas informações foram divulgadas pela empresa por meio de comunicado sobre seus assuntos financeiros.

Mais do que obter lucros, "dar às pessoas o poder de compartilhar e fazer o mundo mais aberto e conectado" parece ser a política do fundador do Facebook Mark Zuckerberg há 8 anos, quando pensava nessa proposta de relações interpessoais no seu dormitório, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Hohagen veio ao Recife para propagar essa ideia. Segundo ele, a utilização da rede mundial de computadores para busca de informação e notícias ficou no século 20. A tendência, hoje, vai além: compartilhar informações.

Hohagen exemplifica essa teoria por meio de exemplos práticos, através de vídeos apresentados ao público. No primeiro, um casal, em plena cerimônia de casamento, compartilha o momento por meio de uma fotografia no Facebook. Em outro "case", é contada a história do Benedito, paulista de idade avançada, que acaba se perdendo pelas ruas da sua cidade por conta de um lapso de memória. Ao se dar conta do sumiço do idoso, a família postou imagem dele no Facebook. Em menos de 24h, 30 mil pessoas tinha compartilhado a fotografia. Benedito acabou sendo encontrado a 35 km de distância da sua residência por uma pessoa que tinha visto a imagem na rede social.

Para o vice-presidente, a rede social funciona melhor do que um site de buscas como o Google. "As pessoas com quem você compartilha informações lhe conhecem mais do que qualquer ferramenta. A identidade real dos indivíduos faz com que o resultado seja otimizado. Isso é a tendência dos tempos de hoje". Segundo ele, o Facebook também é muito útil para negócios como o de games. "Tem mais gente jogando videogame nas redes sociais na contemporaneidade do que em toda história dos consoles. Sabe qual a diferença? Mais uma vez, a presença da identidade real. É muito mais divertido jogar um game com as pessoas que você conhece. O mesmo acontece com o compartilhamento de fotografias, em que você pode marcar seus amigos, e assim por diante".

O Facebook apresenta, hoje, média de acessos por dia assustadora: 540 milhões via telefone celular e 955 milhões por meio de computador pessoal. Os três pilares da empresa: pages (páginas), ads (anúncios) e platforms (plataformas). Em vídeo promocional da Nike, Hohagen demonstra excelente utilização dessas três colunas. Ao falar sobrte marketing e comunicação, ele utiliza analogia entre uma bola de boliche e um pinball. Segundo o palestrante, antes, as empresas investiam em varias áreas a fim de acertar os consumidores.

No contemporâneo, não. A tendência é influenciar pessoas através de seus vários nichos de relações. No final da apresentação, não quis comentar as perdas da empresa. Preferiu investir em mensagens motivacionais e na descrição do perfil de um jovem que poderá vir a ser colaborador do Facebook: "precisa ter conhecimento técnico, ser questionador e ter apreço pelo trabalho colaborativo".