PE: Número de gestantes e crianças vacinadas contra H1N1 fica abaixo da meta

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 24/05/2016 às 8:00
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Imagem de criança sendo vacinada (Foto: Clemilson Campos / Acervo JC Imagem) Apesar do percentual global no Estado passar dos 80% indicado pelo Ministério da Saúde, dois dos sete grupos prioritários ficaram abaixo do indicado (Foto: Clemilson Campos / Acervo JC Imagem)

Durante a campanha nacional de vacinação contra a influenza em Pernambuco, encerrada na última sexta-feira (20), 1.785.990 pessoas foram imunizadas, número que corresponde a 85% do público-alvo. Apesar do percentual global no Estado passar dos 80% indicado pelo Ministério da Saúde (MS), as taxas atingidas por duas populações prioritárias não passaram da meta: as crianças de 6 meses a menores de 5 anos, com 467.819 pequenos vacinados, (74,41%) e as gestantes (68,69%), com 73.917 grávidas imunizadas.

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Os números alertam para a importância da imunização contra o H1N1 e outros vírus da gripe nos dois grupos de risco, principalmente entre os pequenos, mais afetados por formas agressivas da doença. "A ênfase da vacinação é para os grupos de maior risco, como crianças, principalmente abaixo dos dois anos, e os idosos. A medida que vamos crescendo, ficamos expostos a vários tipos de vírus. O sistema imune vai amadurecendo com o tempo e o organismo cria um efeito de memória imunológica. Por isso, a importância da imunização na infância. Atingir uma meta alta de vacinação nessa faixa etária é uma forma de proteger essa população", explica o infectologista Vicente Vaz, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc).

A imunização também é essencial para as gestantes, já que a vacina, além de evitar possíveis complicações causadas pela doença, protege o bebê. “Antes dos seis meses de vida, o bebê não pode ser imunizado porque não responde bem à vacina e termina sem a proteção adequada. A gestante que toma a vacina não apenas se protege, como também passa a proteção para a criança”, ressalta a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde (PEI/SES), Ana Catarina de Melo.

Quem ainda não se vacinou, deve procurar a secretaria de saúde de seu município e se informar sobre postos de saúde que ainda têm a vacina. “O Estado repassou aos municípios toda a vacina disponibilizada pelo Ministério da Saúde. As doses restantes não serão recolhidas e os municípios podem continuar vacinando esses grupos”, finaliza Ana Catarina.

Todos os demais grupos prioritários atingiram a meta. São eles: trabalhadores de saúde: 163.112 (109,93%); puérperas: 15.498 (87,61%); indígenas: 31.148 (91,24%) idosos: 769.007 (80,85%); comorbidade: 275.846 (132%).

Gripe x Resfriado

Para o infectologista Vicente Vaz, tão importante quanto vacinar os grupos de risco, principalmente as crianças e os idosos, é ficar atento ao diagnóstico correto de gripe ou resfriado. "Quando o paciente tem uma infecção viral, há uma mobilização no sistema imune que termina abrindo muitas possibilidades de infecções secundárias. A gripe, se não tratada corretamente, pode causar várias complicações, como pneumonia, sinusite e otite. É uma doença potencialmente grave, que sempre merece mais atenção", alerta.

Por isso, vale ficar atento aos principais sintomas das infecções para conseguir distinguir cada doença. Enquanto o resfriado é uma doença autolimitada - com começo, meio e fim definidos - com sintomas mais brandos, a exemplo da coriza e mal-estar leve, a gripe normalmente vem acompanhada de características mais severas. Entre os principais sintomas estão febre, de dor no corpo, falta de apetite e moleza. "Quando houver sintomas de gripe, a atenção tem que ser redobrada para os grupos de riscos. Uma série de sinais de alerta que são importantes e que, quando aparecem, o médico deve ser consultado", finaliza o especialista.