H1N1: Gestantes vacinadas protegem o bebê nos 6 primeiros meses após o nascimento

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 17/04/2016 às 10:04
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A vacina contra H1N1 e outros vírus da gripe pode ser aplicada em qualquer fase da gravidez, especialmente de março a julho, quando há maior circulação dos vírus da gripe (Foto: Free Images) A vacina contra H1N1 e outros vírus da gripe pode ser aplicada em qualquer fase da gravidez, especialmente de março a julho, quando há maior circulação dos vírus da gripe (Foto: Free Images)

Os bebês com menos de 6 meses não podem tomar a vacina contra os vírus da gripe. Mas há uma boa notícia: as gestantes, ao se vacinarem, contam com a chance de proteger o filho contra a infecção pelos vírus da influenza (entre eles, o H1N1) nos primeiros seis meses de vida após o nascimento – época em que o imunizante não pode ser aplicado no bebê.

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“Durante a gestação, as mulheres passam para o feto anticorpos, que têm duração máxima de nove meses. A vacina pode ser aplicada em qualquer fase da gravidez, especialmente de março a julho, quando há maior circulação dos vírus da gripe”, ressalta o presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco, Eduardo Jorge da Fonseca Lima.

Na campanha de vacinação contra gripe deste ano, o Estado de Pernambuco volta os olhos para o universo de 107.588 gestantes. “A meta é vacinar, no mínimo, 80% delas. Ao atingir esse percentual, sabemos que há proteção coletiva, mas os outros 20% ficam individualmente desprotegidos. Por isso, é importante que cada mulher grávida procure se imunizar”, esclarece a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde (PEI/SES), Ana Catarina de Melo.

Pernambuco tem doses de vacina contra gripe para imunizar 107.588 gestantes (Foto: Miva Filho/Divulgação) Pernambuco tem doses de vacina contra gripe para imunizar 107.588 gestantes em 2016 (Foto: Miva Filho/Divulgação)

Em 2015, o Estado conseguiu vacinar 94.925 gestantes e, dessa maneira, conseguiu atingir a meta para esse grupo prioritário. “O objetivo sempre é fazer com que a cobertura vacinal para influenza chegue a 80%. E no ano passado, esse percentual foi de 89% entre as mulheres grávidas.”

A tarefa de sensibilizar gestantes a irem aos postos de saúde não pode perder o ritmo porque elas têm chances aumentadas, em comparação à população em geral, de apresentar complicações pelos vírus da gripe, principalmente pelo H1N1, que se mostra mais agressivo do que o subtipo H3N2 e o influenza B. “Durante a pandemia de 2009, observou-se que, ao adoeceram pelo vírus, elas complicaram e morreram mais pela doença”, salienta Ana Catarina.

Bebê protegido

A literatura médica reconhece o potencial da vacinação para as grávidas e os filhos. “Há um trabalho de 2013 que analisou, nos Estados Unidos, a taxa de internamento, durante a pandemia de 2009, entre crianças com menos de seis meses. Pesquisadores procuraram as mães que tinham se imunizado contra gripe e as que não tinham se vacinado. Entre aquelas que não se protegeram, a taxa de internamento do bebê foi maior”, informa Eduardo Jorge.

O médico ainda chama atenção para a importância de as mães que acabaram de dar à luz uma criança também se imunizarem. “Pelo contato próximo com o bebê, elas são as principais transmissoras dos vírus da gripe quando não vacinadas.” A boa notícia é que, também a partir do dia 25, as puérperas (mulheres que se encontram no período até 45 dias após o parto) podem receber o imunizante nos postos de saúde.