Blog do Torcedor - Campeonato Paulista, Carioca, Copa do Nordeste, Libertadores e Champions League ao vivo, com notícias de Flamengo, Palmeiras, PSG e outros clubes
Torcedor

Notícias de Flamengo, Palmeiras, Corinthians, PSG, Real Madrid e outros clubes ao vivo. Acompanhe aqui o Campeonato Paulista, Carioca, Libertadores e a Champions League

Premier League teme jogos sem presença de torcida

Lucas Holanda
Lucas Holanda
Publicado em 05/05/2020 às 11:03
Estimativa é reunir quase dois mil torcedores por videoconferência. Foto: GLYN KIRK / AFP
Estimativa é reunir quase dois mil torcedores por videoconferência. Foto: GLYN KIRK / AFP

POR AFP -  A Premier League trabalha incansavelmente para superar os imensos desafios logísticos e permitir o reinício do campeonato, algo que acontecerá obrigatoriamente com portões fechados, o que dará aos jogos um ambiente diferente, que traz o temor de uma desilusão com o futebol no país que o inventou.

O próprio presidente da Federação Inglesa (FA), Greg Clarke, foi o último dirigente a admitir o óbvio, quando reconheceu na segunda-feira (4) que as medidas de distanciamento social colocadas em prática para combater a pandemia do coronavírus impedirão aos torcedores de se reunirem nos estádios. Os clubes, por outro lado, esperam poder voltar a jogar o quanto antes.

No seio do 'Project Restart', o plano idealizado pela Premier League para poder concluir a temporada, está o objetivo de evitar que os clubes tenham que devolver milhões de euros de direitos de transmissão às emissoras. O valor, caso as 92 partidas restantes não possam ser disputadas, chegaria a 762 milhões de libras (5,23 bilhões de reais).

LEIA MAIS

Jogadores publicam vídeo pedindo que o futebol só retorne de forma segura

Cristiano Ronaldo volta à Itália depois de quase dois meses em Portugal

Maio deve ser o mês de colapso financeiro para o Sport

E como -de acordo com o último relatório sobre as finanças dos clubes da Uefa- a bilheteria representa somente 13% da receita dos clubes ingleses, o cálculo é fácil de fazer: é preciso concluir a temporada, mesmo sem a presença da torcida. Os valores colossais dos contratos televisivos, recordistas no mundo, devem permitir aos clubes da Premier League atravessar a tempestade econômica provocada pela pandemia sem a necessidade de vender sequer um ingresso para os jogos.

"Mesmo não gostando e não sendo a solução perfeita, é a única que temos para avançar", garante à AFP David Webber, especialista em estudos do futebol da Universidade de Solent (em Southampton). Um campo de pesquisa que comprava a relação única da Inglaterra com a bola. Mas esse também é um risco que pode custar caro para a Premier League: não são só as estrelas em campo que valem milhões para as televisões do mundo, mas também o ambiente das arquibancadas dos estádios ingleses.

"O conjunto do modelo econômico só funciona quando as arquibancadas estão suficientemente cheias", julga Richard Scudamore, presidente da Premier League entre 1999 e 2018. "Nenhum artista gosta de atuar para uma sala vazia", continua o ex-dirigente, peça-chave no crescimento econômica da competição nos anos 2000.

LEIA MAIS

No interior de São Paulo, volante do Santa Cruz se refugia do coronavírus

Jogadores do Sport não receberam proposta de redução salarial

Náutico espera receitas para quitar direito de imagem do elenco

POSSÍVEL VOLTA EM JUNHO

Após quase dois meses sem jogos -o campeonato foi suspenso em 9 de março-, os dirigentes da liga querem acreditar que os torcedores, conhecidos pelo amor incondicional aos clubes, manterão sua fome por futebol, embora o único suspense na briga pelo título é saber quando o Liverpool levantará oficialmente o troféu. No momento da suspensão da Premier League, os Reds contavam com 25 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o Manchester City.

Esta, porém, não é a opinião de Mark Doidge, sociólogo do esporte da Universidade de Brighton: sem torcedores nas arquibancadas, a Premier League poderia perder seu encanto e seu propósito. "A curto prazo, é possível que algumas pessoas queiram ver os jogos pela televisão, mas acredito que o efeito da novidade desaparecerá rapidamente quando nos dermos conta que uma grande parte do que anima o jogo não são os jogadores, mas sim as pessoas nas arquibancadas", diz o especialista.

Nos estádios ingleses, torcedores e jogadores se alimentam um do outro para criar uma energia e uma emoção coletiva, segundo Doidge. "Este ambiente coletivo é parte integrante do jogo. Se não existir para alimentar os jogos, será que a qualidade do futebol e a experiência televisiva serão iguais?".

A questão ameaça também a temporada seguinte: os clubes da Premier League já pensam em planos de emergência para disputar a totalidade da temporada 2020-2021 com portões fechados, de acordo com a imprensa britânica. Resta saber se, por falta de um produto melhor, isto será suficiente para satisfazer jogadores, detentores dos direitos de transmissão e torcedores.

"Não ter torcedores presentes é uma situação estranha. O que define o futebol é esta atmosfera", lamenta o jogador do Tottenham e da seleção inglesa Harry Winks, questionado pela BBC. "Não é algo que me agrade, e sei que muitos outros jogadores sentem o mesmo", insiste.

PODCAST

Por conta da pandemia do novo coronavírus, o futebol segue paralisado há mais de um mês e meio e ainda não tem previsão de volta. No entanto, o esporte segue sendo debatido no podcast Liga do Escrete, um programa exclusivo da Rádio Jornal sobre o futebol internacional. No episódio desta semana, um debate sobre Seleções que marcaram época no futebol, mas que nunca venceram uma Copa do Mundo. Dentre as citadas, está a Holanda de 1974, vice-campeã do mundo daquele ano e que tinha o gênio Johan Cruyff como principal craque.

Além deste assunto, o programa também relembrou partidas marcantes de Copa do Mundo e Champions League, além de montar um time ideal envolvendo craques da Premier League e da La Liga. Por fim, mas não menos importante, um duelo: Kevin de Bruyne ou Kaká? Na trilha sonora do programa...Red Hot Chili Peppers!

VEJA MAIS CONTEÚDO

Últimas notícias