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Com receita zero e passivo milionário, Santa Cruz luta para quitar salários

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 02/08/2017 às 15:37
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Por Thiago Vieira

Os problemas para o Santa Cruz manter seus compromissos em dia passam pela receita líquida do clube. Os passivos gerados em gestões antigas comprometem o orçamento devido aos bloqueios judiciais por conta de dívidas na Justiça do Trabalho. Para se ter ideia, a cota da Série B entre os meses de abril a julho tiveram a receita líquida de zero para o clube.

É o efeito bola de neve. O Santa Cruz sofre para reduzir esse passivo antigo, o que é necessário para ter um fôlego financeiro, mas acaba tendo problemas na atualidade. Até o momento são dois meses de atraso, e o clube busca sanar essas dívidas até a semana que vem. O primeiro mês está marcado para ser quitado na sexta-feira (4), já que a diretoria espera receber uma receita até lá.

"É um dilema que a gente vive. Tentamos pagar as dívidas do passado e aí junta com as parcelas do ProFut e acaba deixando a receita líquida no zero", explica o presidente Alírio Moraes, se referindo ao programa de financiamento das dívidas.

Ele continua: "antigamente, com o programa Todos Com a Nota, o dinheiro tirado era de lá e acabávamos tendo pelo menos alguma receita para trabalhar o futebol", lembrou.

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Passivos da década passada e trabalho de redução

O Santa Cruz trabalha diariamente para reduzir suas dívidas. Alírio Moraes lembra de casos em que o débito, quando foi gerado, não era muito grande, mas que com o passar dos anos acabou comprometendo o caixa.

"Vou dar um exemplo até para que o torcedor entenda. Nós estávamos com R$ 400 mil na conta esperando a complementação para pagar uma folha [salarial] e esse dinheiro foi bloqueado e levado por um processo, de 2001, movido pelo Atlético-PR por um empréstimo naquela época. Originalmente, o débito era de cerca de R$ 40 mil, e hoje foi de quase R$ 410 mil", revela o presidente.

Alírio terá um novo compromisso na semana que vem. Uma ação movida pelo ex-técnico Fito Neves, referente à sua passagem pelo Arruda em 2008, obriga o Santa a pagar R$ 230 mil para não correr o risco de ver o terreno do Centro de Treinamento Ninho das Cobras ir a leilão.

"Esse processo nós temos que assumir para não perder o terreno. Implica em quase R$ 230 mil. Então, nesse mês tivemos que pagar uma dívida de R$ 410 mil mais aproximadamente R$ 230 mil", exemplifica Alírio.

Busca pela reinvenção

Sem receita líquida a partir das cotas da Série B, o presidente Alírio Moraes precisa encontrar outras formas de conseguir dinheiro. Precisa se reinventar, como ele mesmo prefere dizer. O clube necessita de alternativas para gerar fluxo e cumprir com seus compromissos.

"Eu tenho que me reinventar, até em termos pessoais. Reinventar as receitas dos clubes. Mobilizei uma força-tarefa na Justiça do Trabalho para a gente fazer um acordo e ver se em agosto tenho uma efetividade de alguns créditos da cota da Série B, que já me garantiriam pelo menos R$ 500 mil por mês, juntando com o patrocinador e as vendas da camisa", disse, se referindo à marca Cobra Coral, própria do clube.

Fim da gestão e esperança para o futuro

Alírio assumiu o Santa Cruz em 2015. De lá para cá, foram dois campeonatos pernambucanos conquistados, uma Copa do Nordeste inédita e um acesso à Série A, além de avançar sobre o maior rival na primeira competição internacional que disputou, a Copa Sul-Americana. O ciclo se encerra em 2018

Ele afirmou que não será candidato à reeleição do clube, por conta da vida pessoal. "Tem sido muito sacrificante para mim, na vida pessoal. Minha família me cobra, com a morte de meu pai acabei virando o patriarca da família. Foi muito desgastante", afirmou.

Mas ele mira um futuro melhor para o Tricolor. "Estou trabalhando para deixar o Santa Cruz em ordem. Com o acesso ou com a permanência na Série B, para termos um 2018 melhor", projetou o mandatário.

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