Controle parental facilita a vida dos pais e mantém os pequenos no mundo virtual

Larissa Lira
Larissa Lira
Publicado em 11/10/2019 às 16:56
Foto: PixaBay
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Pega-pega, pipa, boneca e futebol. 'Antigamente', essas eram as principais respostas quando alguém perguntava a uma criança qual era a sua brincadeira favorita. Hoje, elas dividem espaço com o vídeo-game, os jogos no celular, o YouTube e diversos aparelhos eletrônicos. Antes, bastava um “entra menino(a)” para interromper a brincadeira. Hoje, esse controle precisa de limites mais estabelecidos, já que os aparelhos eletrônicos estão em todos os lugares. Por isso, o controle parental pode facilitar a vida dos pais e garantir a permanência dos pequenos no mundo virtual com segurança e equilíbrio.

João Vitor, 9 anos, é uma dessas crianças que divide as brincadeiras favoritas entre futebol e assistir vídeos no YouTube. Para a mãe dele, Lícia Costa, a maior preocupação é com o monitoramento do que o filho faz e vê na internet. “Sinto que meu filho está de certa forma suscetível a qualquer coisa. A internet na maioria das vezes é uma terra sem lei. Tanto faz ele aprender coisas boas, como coisas ruins”, explica.

João Vitor, 9 anos, adora jogar bola e assistir vídeos de games no YouTube. Ana Lícia acompanha todos os canais que o filho assiste e diz que é fã do canal do Felipe Neto junto com o pequeno

É para evitar que essa 'terra’ seja desbravada de forma errada pelos pequenos que o controle parental existe. As ferramentas permitem que os pais protejam a privacidade de seus filhos e a segurança online de acordo com diversos parâmetros. Elas permitem o controle e monitoramento das compras digitais, limitam o acesso à internet por meio de filtros e o tempo gasto nas redes, além dos níveis de interação que as crianças terão em chats e mensagens.

Para o desenvolvedor de software Guilherme Silva é preciso entender o conjunto de recursos que cada aparelho oferece e escolher o que melhor se adéqua às necessidades da família. “Alguns aparelhos já disponibilizam esse controle sem precisar de um aplicativo à parte. É preciso identificar quais ferramentas esse aparelho disponibiliza e quais são as necessidades de cada criança”, orienta.

Entre os aparelhos mais utilizados que possuem o controle estão o XBOX ONE, XBOX 360, Playstation 3 e 4, Nintendo Switch e Wii U, o sistema Android e o iOS. Para acessar quais ferramentas eles disponibilizam, basta acessar o site justica.gov.br e procurar por controle parental. Lá, estarão disponíveis todos os links para o redirecionamento individual dos aparelhos.

Aplicativos que podem ajudar no controle parental

Além do recurso próprio de alguns aparelhos eletrônicos, há diversos aplicativos que buscam facilitar o trabalho dos pais em monitorar os filhos. O Google Family Link, o AppBlock e o Controle Parental Screen Time são alguns deles. Eles limitam o tempo de uso, monitoram as ações dos filhos e bloqueiam recursos, além de gerar relatórios que informam as ações realizadas nos celulares.

1 - Google Family Link

O aplicativo está disponível  para o sistema android e iOS

O Google Family Link gera um relatório sobre o período de uso, possibilita o controle do que pode ser comprado na Google Play Store, rastreia a localização, oculta apps, bloqueia o dispositivo e limita o tempo de uso. Os relatórios sobre as ações do filho no celular podem ser gerados mensalmente ou semanalmente. Para cada criança, até cinco monitores podem ser adicionados. O aplicativo está disponível para iOS e Android.

2- AppBlock

O aplicativo bloqueia diversas funcionalidades e apps

Necessário somente no celular da criança, o AppBlock tem diversas ferramentas que servem para bloquear o uso de vários recursos (chamadas, vídeos, fotos), aplicativos e downloads.

3- Controle Parental Screen Time

O app também contém uma versão paga com mais funcionalidades

Os assuntos que são visualizados em sites, redes sociais e demais conteúdos podem ser monitorados pelo Controle Parental Screen Time. As palavras digitadas nos buscadores do navegador do celular são vistas dando maior controle aos pais sobre o que os filhos veem na Internet. Além disso, é possível controlar o tempo que o filho passa no celular.

Quanto tempo meu filho pode ficar online?

É importante controlar o horário que os pequenos ficam em frente a aparelhos eletrônicos

O tempo que os filhos devem passar conectados também é uma incógnita para alguns pais. Psicóloga e mestre em psicologia cognitiva em dependência na internet, Raíssa Almoedo indica que o primeiro passo necessário é respeitar as regras sobre a idade mínima de ingresso nas plataformas digitais.

“Após essa verificação, penso que cabe a pergunta: meu filho, independentemente de sua idade cronológica, tem maturidade suficiente para frequentar os ambientes virtuais? Os jovens só terão acesso às redes sociais, jogos eletrônicos e outros, se esses responsáveis permitirem. O controle parental não deve ser menosprezado. É através do monitoramento, orientação e diálogo aberto que o uso das novas tecnologias da informação poderá ser realizado de maneira saudável e adequada”, opina.

Em abril, a Organização Mundial de Saúde (OMS) orientou o tempo de tela indicado para os pequenos. No estudo, crianças de até um ano não devem ter contato nenhum com essas plataformas. Para os pequenos de dois anos, a recomendação é de no máximo uma hora, sendo preferível menos. Para os que têm entre três e quatro anos, o tempo não deve exceder uma hora. “As dinâmicas familiares são plurais e o bom senso sempre será um aliado importante nas tomadas de decisões. Os pais ou responsáveis também precisam exercitar essa autorregulação quanto ao uso excessivo e devem promover momentos de qualidade em família que não se restrinjam às atividades em frente às telas. Cada família deverá encontrar sua dose salutar, embora seja indispensável conhecer essas orientações para então aplicá-las dentro de cada realidade e possibilidade”, orienta Raíssa.