Como Pokémon GO pode influenciar consumo e educação no Brasil

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 05/08/2016 às 7:35
Foto: AFP
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Lançado oficialmente na última quarta-feira (3), Pokémon GO tem arrastado muita gente do sofá às ruas do Brasil para caçar essas criaturas. E é pensando nisso que as empresas começam a trabalhar visando aumento nos lucros. Com tanta gente na rua e, principalmente, em pontos turísticos, não dá para ignorar a possibilidade de aumentar a clientela nestes tempos sombrios para a economia brasileira.

E agora é o momento certo para o empreendedor pensar em como converter esse fluxo em receita. "Temos como exemplo pontos turísticos movimentados por pessoas caminhando e caçando pokémon. É preciso pensar 'como faço para essa pessoa entrar na minha loja? Esse é o desafio", afirma Grasiela Tesser, diretora de Comercial e Marketing da NL Informática.

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Por enquanto, não dá pra dizer exatamente que diretrizes os empresários devem seguir para que possam tirar proveito dessa situação. Mas, antes mesmo do game ser lançado por aqui, já tinha gente pegando embalo no clima da espera para investir. A VivaReal, uma plataforma digital que conecta imobiliárias, até inseriu Pokéstops e Ginásios Pokémon em mapas que ajudavam o consumidor a escolher a melhor localização do novo lar.

"Para os lojistas, é uma forma de contornar a crise de tráfego. Por exemplo, um shopping em São Paulo percebeu queda no movimento e aproveitou o lançamento do jogo para divulgar nas redes sociais 'temos muitos pokémons aqui dentro', incentivando pessoas a irem para lá. Não é uma garantia, mas torna mais fácil converter essa presença em compra. Como transformar efetivamente em lucro é algo que ainda estamos estudando", explica Tesser.

Outro setor que também pode aproveitar as contribuições indiretas do jogo de realidade virtual aumentada é o da Educação. O uso da tecnologia da geolocalização, por exemplo, pode levar o usuário a conhecer pontos turísticos que ele nunca havia visitado.

No Recife, mestres Pokémon já 'bateram o ponto' no Marco Zero. Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem No Recife, mestres Pokémon já 'bateram o ponto' no Marco Zero. Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem

"O jogo em si é um entretenimento que acaba causando algum aprendizado, faz com que o usuário vá a pontos turísticos. Quem não conhece o Palácio da Justiça, vai até lá para um Pokéstop ou Ginásio Pokémon e acaba tendo a oportunidade de conhecer o lugar", diz Alexsandro Gomes, professor de interação humano-computador do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn/UFPE).

Problemas de segurança pública à parte, essa mistura de realidade e ambiente virtual contribui ainda para que os usuários interajam mais uns com os outros, dada a troca de informações e os duelos nos Ginásios. "Em suma, o Pokémon GO em si não vai proporcionar o aprendizado, mas vai sinalizar que a cidade é um lugar a se aprender", reitera o professor.