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Por Davi Saboya, do Blog do Torcedor
Twitter: @davisaboya
Esta segunda-feira, 18 de abril, traz boas lembranças para o Náutico. Dois dias antes do primeiro jogo da semifinal do Campeonato Pernambucano contra o Santa Cruz, o Timbu completa 12 anos do seu último título Estadual conquistado justamente diante do rival tricolor. Depois de perder por 1x0 nos Aflitos com gol marcado pelo ex-meia coral Iranildo, o Alvirrubro conseguiu reverter a diferença no Arruda e venceu o Clássico das Emoções por 3x0 com gols marcados por Batata, Jorge Henrique e Kuki.
OS GOLS NA VOZ DO NARRADOR ADILSON COUTO
O técnico Zé Teodoro foi o comandante do time. O Náutico entrou no duelo decisivo com Nilson, Carlos Alberto, Lima, Batata, Marquinhos, Chicão, Luciano Totó, Marco Antônio, Almir Sergipe, Jorge Henrique e Kuki. Em relação ao jogo nos Aflitos, o treinador realizou três alterações: colocou Almir Sergipe na vaga de Gil Baiano que havia sido expulso na primeira partida, deslocou Marquinhos do meio-campo para a lateral-esquerda na vaga de Vital e ao lado de Kuki no ataque entrou com Jorge Henrique.
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Na época, o Estadual era dividido em dois turnos e ambos foram protagonizados pelo Alvirrubro e Tricolor. Tanto que no primeiro o Santa Cruz venceu por cinco pontos de diferença para o Náutico que conquistou o segundo com uma vantagem de três pontos para o rival.
Empatado com o clube coral, o Alvirrubro teve o melhor ataque da competição com 40 gols marcados e isolado a melhor defesa que foi vazada 19 vezes. O ex-atacante Kuki foi o vice-artilheiro com dez gols. Quem mais balançou as redes não foi nenhum jogador do trio de ferro pernambucano. O ex-atacante do Itacuruba, Kelson, foi o artilheiro com 14 gols.
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A reportagem do Blog do Torcedor procurou três personagens que estiveram presentes no time alvirrubro que conquistou 21º titulo do Náutico: o lateral-esquerdo Marquinhos, o meia Marco Antônio e o atacante Kuki. O primeiro, que parou de atuar profissionalmente e é comentarista de futebol, era peça fundamental no esquema do treinador. Ele era utilizado no meio e na lateral esquerda. O segundo, que está jogando no futebol árabe, foi o "garçom" da final e deu os passes para os três gols no confronto decisivo. E o ídolo alvirrubro, atualmente auxiliar técnico do Náutico, é um marco nos últimos anos de história do clube.
DIFICULDADE
O ônibus que levaria os jogadores do Náutico que estavam concentrados no antigo hotel Quatro Rodas, na cidade de Olinda, para a primeira partida da semifinal nos Aflitos quebrou e os jogadores foram para o estádio de táxi e nos carros de torcedores. O fato ficou na memória de Marquinhos e Marco Antônio. "O nosso ônibus quebrou quando estávamos saindo do hotel. Alguns jogadores foram de táxi e outros nos carros dos torcedores", lembrou o ex-lateral-esquerdo. "Eu e o Vital fomos em um Uno com mais cinco pessoas, um casal surdo e meio, e ainda passamos para pegar um menino no caminho", disse o ex-meia do Timbu.
MOTIVAÇÃO
A palestra do ex-auxiliar técnico de Zé Teodoro, Robertinho, é unanimidade como um dos pontos principais que motivaram os atletas para o confronto decisivo. Kuki lembra que ele descreveu tudo que iria acontecer na partida. "O Robertinho disse exatamente como seria os 95 minutos", afirmou. Segundo Marquinhos, as palavras do auxiliar aumentaram a vontade do elenco de buscar o título. "Foi muito marcante e nos expirou a entrar com bastante vontade e terminar conquistando o resultado positivo", frisou. "A pré-leção dele (Robertinho) é a lembrança que guardo daquela final. Ela fez com conseguíssemos reverter a diferença", confirmou Marco Antônio.
TORCIDA
Apesar da derrota, no primeiro jogo a torcida do Náutico compareceu ao Arruda. Segundo Marquinhos, a sensação que os jogadores tiveram dentro do campo é que depois do primeiro gol apareceram mais torcedores. "Depois que o Batata marcou o primeiro a impressão que deu foi que aumentou o número de torcedores", disse.
LEMBRANÇA
A qualidade técnica e união do elenco do Náutico em 2004 é a recordação que os três jogadores guardam na memória. Na visão do ex-atacante Kuki, o time não tinha vaidades. "Era um grupo muito unido. Jogávamos em prol do Náutico. Nunca colocando o nome na frente do escudo. Escutávamos conversas de que a equipe era velha, mas nunca deixávamos nada de fora interferir no vestiário", afirmou. "Criamos um respeito e amizade no grupo. Depois de 12, ainda tenho contato com alguns amigos daquela equipe. Olho para trás e vejo que foi um dos anos mais importantes da minha vida", completou Marco Antônio.
Já o ex-lateral Marquinhos frisou que foi o melhor time que ele atuou. "Individualmente foi o melhor time que joguei. Tínhamos quatro jogadores diferenciados na frente. O Zé Teodoro tinha boas opções em todos os setores do campo", afirmou.
ENGASGADO
Questionado como foi a preparação que antecedeu a partida decisiva, Kuki declarou que o Náutico ganhou a partida após a derrota no primeiro jogo dentro de casa. "Começamos a ganhar a decisão depois da derrota nos Aflitos. Os jogadores do Santa Cruz foram para o alambrado depois que conquistaram a vitória. Quando estávamos no vestiário, um torcedor do Náutico disse: se perguntarem na rua se você são jogadores do Náutico, digam que não. O Santa Cruz comemorou a semana inteira, mas esqueceu que tinha o jogo de domingo", afirmou.
Marquinhos também guarda a mesma lembrança do ídolo alvirrubro e não esquece da semana que antecedeu o último jogo do Estadual. "A nossa concentração foi muito grande. Alguns jogadores do Santa falaram bastante durante a semana", disse.
Anos depois de conquistar o título, uma história curiosa chegou no ouvido de Kuki. Os jogadores do Santa Cruz tinha feito uma comemoração antecipada. "Chegou aos meus ouvidos que os jogadores fizeram até um churrasco antes da partida. Mas a picanha e a taça quem comeu e levantou foi o nosso time", finalizou.
