Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Álvaro Filho, editor do Blog do Torcedor
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Entre as dezenas de questões em aberto sobre os próximos passos após a rescisão unilateral de contrato do Governo do Estado com a Arena Pernambuco, uma das mais delicadas é como fica o Náutico nesse assunto.
Nos bastidores, há quem defenda no Governo que é o Náutico que tem que se resolver com a Odebrecht, pois o contrato foi assinado entre as partes e a Arena é apenas uma edificação em aço e concreto e não tem nada a ver com isso.
O que se for o caso, é um erro.
Afinal, o Náutico não se uniu a Odebrecht por outra coisa a não ser por causa da Arena. E se a Arena não faz mais parte do patrimônio da Odebrecht, dois mais dois é igual a um contrato sem valor.
Em tese, se o Governo decidir que o Náutico tem que se resolver com a Odebrecht, está dizendo também que o Náutico não tem mais nada a ver com a Arena. Que de parceiro de três décadas, é agora um visitante, que pode ser despejado e não ter nem mais uma casa para voltar.
O que, entre outras coisas, seria um erro estratégico. Afinal, o Governo deveria prestar atenção nas relações com o Náutico por dois motivos principais:
Primeiro, porque fingir que não tem nada a ver com isso certamente vai desestimular ao próprio Náutico a se aventurar em uma nova assinatura de contrato.
Em segundo, Sport e Santa Cruz devem observar atentamente o tratamento que o Náutico vai ter antes de cogitarem aceitar um novo convite, que certamente virá.
Fingir que o futuro do Náutico na Arena não é com el não fará parte de uma solução das tantas soluções que o Governo precisa encontrar para Arena.
É apenas adicionar um problema a mais aos tantos que o imbróglio já tem.
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