Obesidade é três vezes mais mortal para os homens do que para as mulheres, diz estudo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 15/07/2016 às 10:01
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Estudo revela que, ao atingir a obesidade mórbida, o risco de morte prematura aumentava mais de quatro vezes em homens. Para as mulheres, esse nível cresceu 2,7 vezes (Foto: Free Images) Estudo revela que, ao atingir a obesidade mórbida, o risco de morte prematura aumentava mais de quatro vezes em homens. Para as mulheres, esse nível cresceu 2,7 vezes (Foto: Free Images)

Pelas consequências que traz, o excesso de peso tem chamado cada vez mais atenção das autoridades de saúde. Um estudo publicado na quarta-feira (13), na revista internacional The Lancet, revela um dado que não pode ser menosprezado: a obesidade é três vezes mais mortal para os homens do que para as mulheres. O levantamento reuniu dados de 10,6 milhões de pessoas que participaram de 239 estudos entre 1970 e 2015, em 32 países.

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“A questão é que, no homem, o depósito de gordura costuma acometer mais a barriga, área central do corpo, que favorece a resistência à insulina, uma condição associada a um maior risco de infarto, acidente vascular cerebral e esteatose hepática (gordura no fígado)”, explica o médico nutrólogo Homero Rabelo, especialista pela Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

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É por isso que, neste Dia do Homem, que tem como objetivo incentivar o cuidado com a saúde, especialistas se unem para transmitir uma mensagem que deve ser valorizada pela população masculina: muitas doenças podem ser evitadas e diagnosticadas precocemente se os homens procurarem unidades de saúde regularmente, sem resistência para adotar ações preventivas e realizar exames. Apesar de muitos ainda protelarem as consultas médicas, há aqueles que valorizam o compromisso com a saúde por acreditarem na importância da prevenção e na premissa de que não vale a pena adiar os exames de rotina.

O médico nutrólogo Homero Rabelo explica que, no homem, o depósito de gordura costuma se localizar mais a barriga, o que favorece a resistência à insulina, uma condição associada a um maior risco de infarto, acidente vascular cerebral e esteatose hepática (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem) O médico nutrólogo Homero Rabelo explica que, no homem, o depósito de gordura costuma se localizar mais a barriga, o que favorece a resistência à insulina, uma condição associada a um maior risco de infarto, acidente vascular cerebral e esteatose hepática (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem)

Ainda assim, segundo levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) em parceria com a farmacêutica Bayer, 46% dos homens do Recife nunca se consultaram com um urologista. “De qualquer forma, com campanhas de conscientização, observo que os homens acima dos 40 anos têm nos procurado mais para fazer um check-up”, diz o urologista Clóvis Fraga, da Clínica Urológica do Recife (Clinur) e do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP). O médico comenta sobre mais um achado de outra pesquisa da SBU: 41% dos homens da capital pernambucana creditam a redução da testosterona (hormônio masculino) à obesidade.

Saúde do homem do Recife (Infográfico)

“O distúrbio androgênico (queda dos níveis de testosterona em homens), que tem como um dos fatores a obesidade, não está exclusivamente ligado à questão sexual, mas também pode levar a dificuldades para os afazeres do dia a dia”, informa Clóvis. O homem fica mais sonolento, cansado e indisposto. “Em muitos casos, ele pode não perceber a perda de disposição, que tende a afetar a atividade sexual, com diminuição da libido e consequentemente com distúrbio de ereção.”

O urologista frisa que, para os homens, o excesso de peso também se torna um inimigo porque abre portas para tipos de câncer com maior taxa de ataque – ou seja, potencialidade de fazer vítimas. “Em pacientes com obesidade, os tumores de próstata (câncer mais frequente na população masculina no Brasil, depois do tumor de pele não melanoma) são mais agressivos do que na população em geral”, alerta.

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