Dia do Trabalho: saiba como cuidar da visão no ambiente profissional

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 01/05/2016 às 8:00
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Imagem de homem usando notebook no trabalho (Foto: Divulgação) Hábitos simples podem evitar problemas graves na visão, principalmente para quem trabalha em frente ao computador (Foto: Divulgação)

No Dia Mundial do Trabalho, celebrado neste domingo (1º), repensar alguns hábitos frequentes no ambiente profissional pode nos ajudar a melhorar o cotidiano. Na era digital, tomado por computadores, tablets e outros aparelhos eletrônicos, prestar atenção na visão, então, é essencial.

Nesta questão, iluminação adequada é um dos cuidados que podem evitar graves consequências no cotidiano. Para a oftalmologista Alessandra Carneiro, do Hospital de Olhos de Pernambuco um detalhe deve ser lembrado: o posicionamento do foco da luz. “Ele deve ficar a uma distância de 40/50 cm da cabeça e com uma inclinação de 45 graus do papel para evitar ofuscamento”, explica.

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Outra atitude importante é a pausa, fundamental para a eficácia do trabalho e também para a saúde. Sempre, após cada duas horas de leitura, deve-se fazer um descanso de 10 minutos. E mesmo enquanto estiver concentrado, nunca esqueça de piscar. Isso é fundamental para a manutenção da umidade dos olhos. “Às vezes, também é necessário uso de lubrificantes oculares para evitar ressecamento da córnea”, acrescenta a especialista.

Este cuidado é importante, principalmente em ambientes com ar-condicionado. Nestes casos, a limpeza frequente desses equipamentos também conta pontos para uma boa visão. A troca regular dos filtros de ar, ou a instalação de umidificadores, ajuda a não comprometer a lubrificação natural dos olhos. Deve-se sempre ficar atento a sinais como ardência, lacrimejamento excessivo ou sensação de areia nos olhos. Quando estes sintomas começarem a aparecer, é hora de desligar o ar.

Era digital

Trabalhar sem intervalos em frente ao computador pode ser um hábito mais perigoso do que se imagina, de acordo com pesquisa encomendada pela Sociedade Latino-Americana de Oftalmologia Pediátrica. Segundo o estudo, a luz azul-violeta emitida por aparelhos eletrônicos é potencialmente perigosa e tóxica à parte de trás dos olhos, podendo causar deslocamento da retina, degenerações maculares e, até mesmo, catarata. Além de afetar o sistema neurológico, causando insônia e mudanças de humor.

Para o oftalmologista Bernardo Cavalcanti o maior perigo é o fato dos sintomas serem silenciosos. “Não é algo que você percebe de um mês para o outro. O efeito é cumulativo e os danos vão aparecer ao longo dos anos”, alerta. Para ter uma ideia, se uma pessoa de 25 anos se expõe a essa luz durante sete horas por dia, os problemas podem aparecer somente por volta dos 40.

Para evitar complicações futuras, o recomendável é regular o uso de computadores, tablets e smartphones e fazer intervalos de, pelo menos, 20 minutos para os olhos descansarem. “Quando ficamos muito tempo perto da tela, a visão embaça e ocorre o cansaço ocular. Por isso, durante essa pausa é importante estimular a visão de longo alcance, focando em algum ponto a, em média, seis metros de distância”, explica o oftalmologista.

Além disso, é essencial lembrar-se de piscar mais os olhos quando se está diante da tela, a fim de evitar a sensação de olho seco. Em casos extremos, essa sensação pode evoluir para uma doença crônica conhecida como Síndrome da Disfunção Lacrimal (SDL). Apesar de ser mais comum em mulheres de idade avançada, a SDL pode ser desencadeada pelo uso excessivo de computadores e outros aparelhos eletrônicos, causando ardor, irritação, e sensação de areia nos olhos.