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Guia de turismo relembra visita de Paolo Rossi em Fernando de Noronha: 'bateu pelada com chuteira amarrada com nylon de pesca'

Filipe Farias
Filipe Farias
Publicado em 10/12/2020 às 21:12
Foto: acervo pessoal
Foto: acervo pessoal

Apesar de ser considerado um dos principais algozes da história da seleção brasileira, o ex-atacante italiano Paolo Rossi, que faleceu na quarta-feira (9), aos 64 anos, vítima de um câncer de pulmão, nunca escondeu o carinho e a admiração aos jogadores brasileiros e ao Brasil. Não foram poucas as vezes que o autor dos três gols que eliminaram o escrete canarinho da Copa do Mundo de 1982 visitou o nosso País; seja a trabalho, ou apenas para curtir alguns dias de descanso no litoral brasileiro, inclusive, curtindo férias em terras pernambucanas.

O ano era 1997, dez anos após a aposentadoria oficial de Paolo Rossi dos gramados. O italiano, então com 41 anos, resolveu conhecer o paradisíaco arquipélago de Fernando de Noronha. Na excursão com outros conterrâneos, o ex-meia Giancarlo Antognoni, campeão Mundial de 82 com a Azzurra, também esteve presente. "Na época existia uma operadora (agência de turismo) que trazia os turistas da Itália direto para o Recife e do Recife para Fernando de Noronha. Essa operadora só trabalha com italianos e, numa dessas vindas, Paolo Rossi estava nela", relembrou o noronhense Moisés Souza, que atualmente trabalha como guia de turismo na ilha.

A morte do ex-atacante italiano foi bastante lamentada por Moisés, que usou suas redes sociais para relembrar o encontro inusitado com Rossi: "Morre o grande ídolo italiano Paolo Rossi, onde tivemos a oportunidade de jogar uma pelada juntos: eu, ele e meu irmão Piano", escreveu o guia turístico no post que fez em uma foto ao lado do carrasco da seleção brasileira.

Em conversa com a reportagem do JC, Moisés Souza rememorou a oportunidade que teve de jogar futebol com o campeão mundial e da humildade que o italiano demonstrou dentro das quatro linhas. "Eu sabia quem ele era. Assim que chegou em Noronha, o pessoal já falou logo que Paolo Rossi tinha chegado e que ele iria na nossa pelada. A gente tinha essa pelada que quem jogava tinha na faixa etária dos 30 anos. Eu tinha um futebol bacana e participava também. Lembro que ele apareceu, falou com todos e colocamos ele para jogar. Como Rossi não tinha levado chuteira, ele acabou jogando com uma chuteira emprestada do nosso amigo Paulo Dantas, que era pescador e amarrava a chuteira dele com nylon de pesca. Essa foi a única chuteira que coube no pé de Paolo Rossi e ele jogou sem frescura nenhuma", revelou o guia de turismo.

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Mesmo o ex-atacante estando aposentado há uma década, Moisés lembra que o italiano ainda demonstrava um futebol refinado e por pouco não 'agenciou' o seu irmão. "Rossi se saiu muito bem na pelada e marcou gol e tudo. Mas ele ficou impressionado mesmo que todo mundo sabia jogar bem. Elogiou bastante a gente, principalmente o meu irmão Salviano Neto, que era mais conhecido como Piano e faleceu em 2000 - em um acidente de moto. Ele chegou a dizer que se estivesse na Itália, Piano jogaria em time grande", contou.

BOLEIRO

O estádio em questão passou a se chamar Salviano José de Souza Neto, mais conhecido como Pianão, em homenagem a Piano, que fazia parte da seleção de futebol de areia de Fernando de Noronha, que acabou sagrando-se campeão Pernambucano em 2000 pouco depois da morte de Piano, com o título sendo dedicado ao craque noronhense, que vestia a camisa 10.

"Meu irmão era boleiro. Todo mundo gostava dele, inclusive, Paolo Rossi gostou muito dele. Naquela semana que Rossi ficou em Noronha, os dois andavam muito juntos. Como meu irmão trabalhava na área de turismo, mostrou toda a ilha pra ele, passearam de barco. Eu não acompanhei eles porque era funcionário do Estado e não podia deixar o trabalho", disse Moisés Souza.

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