Blog do Torcedor - Campeonato Paulista, Carioca, Copa do Nordeste, Libertadores e Champions League ao vivo, com notícias de Flamengo, Palmeiras, PSG e outros clubes
Torcedor

Notícias de Flamengo, Palmeiras, Corinthians, PSG, Real Madrid e outros clubes ao vivo. Acompanhe aqui o Campeonato Paulista, Carioca, Libertadores e a Champions League

Evolução de jogo com os pés dos goleiros brasileiros passam por análise dos técnicos e treinos de aperfeiçoamento

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 22/11/2020 às 10:32
Hoje treinador, Nilson foi goleiro do Santa Cruz e do Náutico. Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Hoje treinador, Nilson foi goleiro do Santa Cruz e do Náutico. Foto: Diego Nigro/JC Imagem

A cada dia no futebol brasileiro é mais comum ver os goleiros utilizando os pés com mais frequência no início da construção das jogadas. E muito disso se passa pela exigência dos técnicos, que importam essa “novidade” do futebol europeu. Diante de um contexto onde nem todos os goleiros possuem habilidade para exercer tal função, especialistas da área apontam que essa evolução passa diretamente pelo modelo de jogo desejado pelos treinadores, o perfil de cada atleta, além do treino diário de aperfeiçoamento.

De acordo com Gilberto, o ex-goleiro e preparador da posição, a maneira de jogar com os pés no Brasil varia de técnico para técnico, que muitas vezes opta por contratar um novo jogador para a posição. “Trabalhei com Thiago Carpini, no Guarani, e ele gostava que os goleiros soubessem jogar com os pés. Então ele trouxe um goleiro que soubesse trabalhar essa habilidade, que é o Jeferson, do Guarani. Então o treinador dá liberdade e isso facilita o próprio trabalho. A gente como treinador de goleiro vai trabalhar de acordo com o que o técnico quer. Quando eles gostam desse estilo, a gente põe ele dentro do trabalho do técnico, que é a posse de bola de 15 a 20 minutos”, explicou.

Gilberto ainda ressaltou a importância de manter o diálogo com o treinador da equipe principal, para entender seus métodos e assim poder desempenhar o papel de preparador de goleiros. “Quando o treinador pede, eu coloco o goleiro para trabalhar a posse de bola na atividade coletiva. Sempre peço para colocar os três goleiros para fazer essa atividade e pegar experiência, trabalhando todo dia. Tem situações de treino e de jogo que os defensores atrasam a bola e não dão opção para o goleiro. Então eu sempre falo que se tiver opção e for um desejo do treinador, saia jogando. Mas se as opções se esconderem e você viu que não dá para sair, então chute para longe para evitar complicação”, salientou o ex-goleiro do Sport e Náutico. 

Já Nílson, que foi goleiro do Náutico e do Santa Cruz, e atualmente é técnico de futebol, ressaltou que para ter habilidade de jogar com os pés é fundamental ter o discernimento para a tomada de decisões. “Jogar com os pés não é só ter um bom passe, dominar bem a bola e passá-la adiante. Jogar bem com os pés é ter esses atributos, mas acima de tudo são as tomadas de decisões. A leitura de jogo que você adquire dentro de um modelo de jogo. Você precisa perceber o que o jogo pede para tomar as decisões corretas”, analisou, ressaltando também que foi dito por Gilberto em relação ao desejo do treinador em ter um goleiro que exerça essa função. 

“O goleiro tem que ser bom com as mãos, isso é fato. Essa é a função dele, que é defender. Mas tem treinador que precisa de um goleiro assim, como no caso do Sampaoli que ao chegar no Atlético Mineiro, pediu a contratação do Éverson, porque dentro do modelo de jogo que ele pensa, é necessário um goleiro que saiba jogar bem com os pés, porque se não vai por água abaixo a construção do teu jogo desde lá detrás. Isso afeta a ideia do treinador. O goleiro está inserido nesse processo, mas isso vai de treinador para treinador”, completou.

LEIA MAIS:

>> Treinador aprova vinda de Anderson ao Náutico: “referência em Pernambuco no ano passado”

>> Conselho Deliberativo do Santa Cruz adia eleição para presidente do clube e oposição promete entrar na Justiça

>> Com a história do Milan dos Coelhos, Movido a Futebol estreia nesta sexta-feira

>> Jair Ventura testa positivo para covid-19 e não comanda Sport diante do Atlético-GO

TENDÊNCIA

Na medida que esse recurso passou a ser mais utilizado, ficou nítido o despreparo de alguns goleiros que, consequentemente, resultou em bolas perdidas e gols para o adversário. No entanto, apesar dessas falhas, o preparador de goleiros do Santa Cruz, Renato Pontes, afirmou que essa evolução veio para ficar. Por isso, será cada vez mais comum os goleiros passarem a exercitar esse tipo de treinamento.

“Provavelmente vai ser levada (ideia de jogar com os pés) mais adiante, mesmo com o nível de erros, a tendência é que com o passar do tempo, com o costume, esses erros vão diminuir cada vez mais. É uma situação de jogo que vai ser estendida e não vai regredir mais. A base fundamental do goleiro é defender a bola com as mãos, mas em seguida saber fazer esse trabalho de leitura de jogo, fazer a bola longa, média e curta”, explanou, apontando ainda qual o real intuito de utilizar um goleiro com esse tipo de recurso. 

“A função em si do goleiro que joga com os pés é balançar as linhas do adversário com passes firmes. Então é importante trabalhar isso, com variações, com os pés. Trabalhos que possam proporcionar amplitude de jogo, tanto por dentro, quanto nas laterais, com linhas de passe”, concluiu.

VEJA MAIS CONTEÚDO

Últimas notícias