AFP - Uma defesa que deixa espaços, um aspecto mental que falha, pontos que se perdem: um mês após a retomada do futebol na Itália e a menos de três semanas da partida da Liga dos Campeões contra o Lyon, a Juventus, que enfrenta a Lazio em Roma na segunda-feira, se apresenta hesitante, inconstante, insegura, algo incomum para esse time.
No reinício do Campeonato Italiano, a equipe começou forte, querendo conquistar o nono título consecutivo.
Mas depois veio uma série ruim de três jogos (uma derrota por 4 a 2 para o Milan e empates por 2 a 2 e 3 a 3 com Atalanta e Sassuolo), que mostraram as fraquezas do time, que eram incomuns.
Nove gols sofridos em três jogos, sendo que em dois estava na frente no placar com dois gols de vantagem (2 a 0 contra o Milan e Sassuolo), atuações que pouco têm a ver com a Juventus.
Faltando cinco rodadas para o fim da Série A, os Bianconeri agora têm apenas seis pontos de vantagem sobre o Atalanta e a Inter, e terão que trabalhar duro até a final, enquanto um Lyon descansado os espera pelo encontro de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões.
"Eles brincam com fogo, já que teremos que esperar até o último dia para vencer o campeonato. Será um massacre que terá consequências na Liga dos Campeões", estima o ex-meio-campista do clube Alessio Tacchinardi no Gazzetta dello Sport.
LYON
O Lyon venceu o jogo de ida por 1 a 0 e o reencontro está marcado para 7 de agosto em Turim, sem a presença de público.
"Quanto mais cedo eles ganharem o Scudetto (o Campeonato italiano), mais cedo poderão descansar e pensar no Lyon, que estará altamente motivado e fresco como uma rosa", acrescentou.
A liga francesa é a única dos cinco grandes campeonatos europeus que não foi retomado, então o Lyon chegará a esse jogo descansado, mas também com falta de ritmo de competição.
Após cinco anos de sucesso com Massimiliano Allegri, a chegada de Maurizio Sarri deveria trazer um pouco de bom jogo aos hábitos de competidora compulsivo da Juve.
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Mas esse bom jogo veio a conta-gotas para a Juve.
Um exemplo das dificuldades de Sarri em impor seu estilo veio aos 20 minutos da partida contra o Atalanta, onde o time rival tinha 71% de posse de bola.
Contra o Sassuolo, a equipe de Turin só tinha a bola 43% das vezes.
Dentro do grupo, a defesa é particularmente preocupante, com 35 gols sofridos em 33 rodadas. Nas oito temporadas anteriores, quando venceu o Scudetto, nunca havia sofrido mais de 30 em 38 jogos.
"Essa equipe às vezes dá a impressão de ter um imenso potencial e, outras vezes, me deixa confusa", reconheceu Sarri nesta semana.
CRISTIANO E DYBALA
Para muitos observadores, o esquema tático de Sarri e as ambições coletivas foram "canibalizadas" pelo reino dos solistas Cristiano Ronaldo e Paulo Dybala.
As duas estrelas do ataque de Turim têm talento e estatísticas do seu lado: 28 gols para o português, 11 gols e 6 assistências para o argentino.
Mas eles defendem pouco e não trocam passes como Sarri gosta.
Obviamente, é impossível culpá-los pelas dificuldades da equipe, quando ao seu lado os jogadores ofensivos (Bernardeschi, Douglas Costa) e os meias (Pjanic, Khedira, Matuidi, Rabiot) somam lesões e atuações medíocres.
Na defesa, erros individuais ocorreram e o capitão lesionado Giorgio Chiellini foi esquecido.
Mas os turineses podem dizer que o Milan, Sassuolo e Atalanta são as equipes mais em forma no Italiano.
Já a Lazio, ao contrário, é um time instável (um ponto em quatro jogos) que os bianconeri vão enfrentar.