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Brasil relembra tri na Copa do Mundo de 70 e time dos sonhos de todo torcedor

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 11/06/2020 às 21:27
A seleção brasileira ao fim da primeira fase com Carlos Alberto, Brito, Fontana, Wilson Piaza, Félix, Everaldo, Admildo Chirol (em pé) e Jairzinho, Clodoaldo, Tostão, Pelé, Paulo Cesar (agachados). Foto: Acervo CBF
A seleção brasileira ao fim da primeira fase com Carlos Alberto, Brito, Fontana, Wilson Piaza, Félix, Everaldo, Admildo Chirol (em pé) e Jairzinho, Clodoaldo, Tostão, Pelé, Paulo Cesar (agachados). Foto: Acervo CBF

Há meio século, o mundo viu os Beatles se separarem, o nascimento da banda Queen e do Aerosmith, o primeiro disco do Black Sabbath, Creedence Clearwater Revival lançar o clássico Have you ever seen the rain?, se despediu de Janis Joplin e Jimi Hendrix, a Apollo 13 retornar à Terra sem ter pousado na Lua e Emerson Fittipaldi conquistou a primeira vitória brasileira na Fórmula 1. Para os apaixonados por futebol, porém, a comemoração de 50 anos é focada em outra coisa: o tri do Brasil em Copas do Mundo.

Naquele mundial, o Brasil contou com Pelé na seleção pela última vez. A Copa do México marcou também o início das substituições, com duas por equipe, e o uso dos cartões vermelho e amarelo, além das transmissões dos jogos pela televisão. A bola marrom de couro foi substituída pela de 32 gomos, preta e branca. Apesar de ser uma Copa de novidades, o vencedor foi o primeiro tricampeão do mundo.

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O Brasil estreou no dia 3 de junho, contra a velha conhecida Tchecoslováquia, pelo Grupo 3. A Canarinho começou perdendo, mas Rivellino, Pelé e Jairzinho, este último duas vezes, garantiram a vitória brasileira por 4x1, em uma senhora virada. O técnico Zagallo também fez uso da substituição, colocando Paulo Cezar em campo no segundo tempo, no lugar de Gérson. Junto com Tostão, o substituído estreou o cartão amarelo.

A foto de Bobby Moore e Pelé rodou o mundo. Foto: Divulgação/FA

Quatro dias depois, a adversária era mais dura. A Inglaterra, atual campeã do mundo ao vencer a edição de 1966 em casa, protagonizou junto ao Brasil um grande espetáculo, segundo os espectadores. A vitória brasileira novamente contou com Jairzinho balançando as redes. Na imprensa brasileira, o gol do jogador foi tratado como um grande carnaval.

Auxiliar de preparação física da seleção na época, Carlos Alberto Parreira relembrou, em entrevista à CBF, que àquela altura o Brasil já tinha a vaga nas quartas de final. Por isso, um boato de que Pelé seria poupado começou a se espalhar. Isso deixou o astro brasileiro irritado, algo incomum, segundo o técnico do tetra em 1994.

"O Zagallo reuniu a comissão e fomos falar com ele. 'Eu poupado? Treinei quase cinco meses para jogar seis jogos, eu quero jogar logo 12!', disse o Pelé. E aí o Zagallo, que tinha sido companheiro dele em outras Copas como jogador, explicou que não tinha aquela intenção e o Pelé ficou tranquilo", relembrou.

Parreira, Tostão, Pelé e Tarso. Foto: Acervo C.A. Parreira

Nesta quinta-feira (11), o aniversário de 50 anos é justamente do último jogo da fase de grupos. O Brasil enfrentou a Romênia em um jogo de placar apertado e com dois gols de Pelé. O Rei abriu o placar, aos 19 minutos, e Jairzinho ampliou, três minutos depois. Mas, ainda no primeiro tempo a Romênia diminuiu, com Dumitrache. Só no segundo tempo Pelé voltou a ampliar a vantagem e Dembrovschi deixou os adversários ainda mais perto, fechando o 3x2.

Depois de todos os jogos do Grupo 3 na primeira fase serem disputados em Guadalajara, a delegação brasileira ficou na cidade até a semifinal. Nas quartas, o adversário foi o Peru. Mais uma vez, a seleção verde e amarela venceu por 4x2. No primeiro terço do primeiro tempo, Rivellino e Tostão mostraram quem mandava no placar. Gallardo (não confundir com o técnico argentino Marcelo Gallardo) diminuiu aos 28.

Tostão voltou a balançar as redes no segundo tempo, seguido por outro gol peruano, de Cubillas. Jairzinho, com seu quinto gol na Copa, fechou o placar. A Jules Rimet estava cada vez mais perto de voltar ao Brasil e ficar definitivamente com a seleção brasileira.

Pelé se tornou o único jogador a conquistar três Copas do Mundo. Foto: Acervo/CBF

A semifinal foi quase uma revanche. Ainda em Jalisco, o penúltimo passo para o tri precisava ser dado diante do Uruguai, no dia 17 de junho de 1970. E o jogo começou parecendo um pesadelo recorrente. O uruguaio Cubilla abriu o placar, aos 19 minutos. Foram 25 minutos atrás do marcador, até que no último minuto regulamentar do primeiro tempo Clodoaldo empatou e trouxe um pouco de alívio para o Brasil.

Mas a tranquilidade mesmo ia demorar mais um pouco. Precisou que o relógio apontasse 31 minutos do segundo tempo para que o Brasil virasse o placar. E foi justamente o artilheiro brasileiro na Copa do Mundo que colocou um pé da seleção na final: Jairzinho. Para arrematar, Rivellino balançou as redes e fechou o 3x1 no último minuto de jogo.

Agora, era tudo ou nada. O dia 21 de junho de 1970, diante de mais de 100 mil torcedores no estádio Aztca, na Cidade do México, tinha no gramado, de cada lado, um bicampeão. O Brasil chegou com a pompa dos títulos de 1958 e 1962 e a Itália o passado glorioso de 1934 e 1938. Era a primeira vez que duas seleções que já haviam levantado a taça se enfrentavam em uma decisão da Copa do Mundo.

A Itália vinha de uma primeira fase com apenas uma vitória por um gol e dois empates em 0x0, na primeira fase, e vitórias sobre o México e a Alemanha Ocidental no mata-mata, por 4x1 e 4x3 (este último na prorrogação), respectivamente.

A Itália foi massacrada pela seleção brasileira em campo. Pelé, que estava em jejum desde a primeira fase, logo tratou de abrir o placar aos 19 minutos. O gol italiano saiu de um erro da defesa brasileira. A excelente equipe comandada por Zagallo dominou a partida. No segundo tempo, mais três gols. Gerson e Jairzinho colocaram o Brasil com 3x1. Coube ao capitão Carlos Alberto Torres fechar o placar, aos 41 do segundo tempo, em uma jogada perfeita. Oito jogadores brasileiros tocaram a bola antes que a rede fosse balançada.

Em seguida, o Capita levantou a Jules Rimet, taça em definitivo da seleção brasileira naquele dia, atualmente uma réplica, já que aquela foi roubada em 1983 e nunca encontrada. Mas essa é outra história, de um ano em que o terceiro filme da franquia Star Wars estreou, Madonna e Cindy Lauper lançaram seus primeiros álbuns e Michael Jackson tornou o moonwalk um dos grandes passos de dança ao apresentá-lo em Billie Jean.

A Jules Rimet ficou em definitivo com o Brasil. Foto: Divulgação/CBF

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