A melhora no segundo tempo, principalmente com a decisiva contribuição do técnico Márcio Goiano fizeram o Náutico quebrar sua sequência negativa e deixar a incômoda zona de rebaixamento da Série C ao vencer o Remo, na Arena de Pernambuco. O placar de 3x2 fez o Timbu chegar aos 10 pontos e alcançar o sétimo lugar, posição que ainda pode mudar após o complemento da nona rodada do grupo A.
Na próxima rodada, os alvirrubros fazem o clássico pernambucano contra o Santa Cruz, no Arruda, no dia 18.
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Havia uma diferença entre a proposta e a execução do jogo do Náutico. O posicionamento dos jogadores, principalmente do setor ofensivo, indicava uma estratégia de pressionar a saída de jogo do Remo, mas faltou um detalhe crucial para surtir o efeito necessário: diminuir o espaço. O time da casa chegava a ter cinco jogadores no campo paraense, mas todos davam liberdade para os rivais se movimentarem e o homem da bola com tempo para escolher a melhor jogada.
O que compensava é que lá atrás, os alvirrubros mostraram-se bem posicionados no início de jogo, obrigando o Remo a arriscar as ligações diretas. Já na hora de criar, o Timbu cometeu erros cruciais quando tomava a bola dos rivais. Sem criar linhas de passe também dependia do lançamento ou jogada individual, como tanto tentou Lelê sem conseguir. Isso impactou diretamente nas possibilidades de finalização.
Perigo mesmo, o time pernambucano só conseguiu na bola parada. Aos 26 minutos, Robinho arrancou pelo meio e foi derrubado na meia-lua. Na cobrança, Jobson tirou o peso da bola e mandou com estilo no travessão. Mas foi só. O volume de jogo do Remo nos 20 minutos finais foi maior, porém sem grande poder de finalização, pois os paraenses não conseguiam entrar na área.
Para o segundo tempo, o Náutico voltou com Rafael Assis e Wallace Pernambucano nos lugares de Dudu e Ortigoza, respectivamente. E o gol saiu logo no começo mas sem qualquer influência das mudanças. Na verdade, o motivo foi uma tremenda lambança do zagueiro Moisés, que tirou a bola das mãos do goleiro Vinícius, a bola sobrou para Robinho chutar e a bola ainda desviar em Mimica antes de entrar. Eram passados quatro minutos
O empate veio rápido e de forma bem parecida. Foi quase como se o Remo estivesse do outro lado de um espelho. Depois de Rafal Ribeiro dar rebote duas vezes, Esquerdinha chutou cruzado e ao tentar cortar pela terceira tirou a bola das mãos de Bruno.
O empate relâmpago dos paraenses deixou o Timbu atordoado e errando muito na saída de jogo. Quando o Remo pressionou conseguiu levar perigo e obrigar Bruno a trabalhar. Quando conseguiu ultrapassar a linha divisória do gramado, os alvirrubros também ciraram dificuldades para a defesa do time de branco, deixando o jogo perigosamente aberto.
A entrada de Negretti no luar de Lelê rendeu muitas vaias da torcida, mas devolveu o equilíbrio defensivo ao Náutico. Ao mesmo tempo, Negretti deu a qualidade no primeiro passe que não havia até então. O resultado foi uma pressão do time da casa, deixando ao adversário apenas a possibilidade do contra-ataque. Depois de alguns erros individuais na hora de finalizar, finalmente o segundo gol saiu. Wallace Pernambucano recebeu no meio de dois marcadores e chutou forte. Vinícius defendeu, mas, no rebote, Jhonnatan estava sozinho e só fez empurrar para o gol vazio.
O terceiro veio na única alternativa de jogo do Remo, o contra-ataque. Wallace Pernambucano arrancou pelo meio e, ao entrar na área, foi derrubado por Leandro Brasília. O próprio Wallace foi para a cobrança e acertou o canto direito para fazer 3x1. Aos 48, Elielton ainda diminuiu, mas era tarde para evitar a derrota.
Ficha do jogo:
Náutico
Bruno; Thiago Ennes, Camacho, Rafael Ribeiro e Josa; Jhonnatan, Jobson e Dudu (Rafael Assis); Robinho, Ortigoza (Wallace PE) e Lelê (Negretti). Técnico: Márcio Goiano
Remo
Vinícius; Nininho, Mimica, Moisés e Esquerdinha; Leandro Brasília, Dedeco (Dudu), Rodriguinho, Rafael Bastos e Everton (Elielton); Eliandro (Ruan). Técnico: Artur Oliveira.
Local: Arena de Pernambuco. Árbitro: Salim Fende Chavez (SP). Assistentes: Gustavo Rodrigues de Oliveira e Fabrini Bevilaqua Costa (ambos de São Paulo). Gols: Robinho, aos 4; Esquerdinha, aos oito; Jhonnatan; aos 36; Wallace PE, aos 42; e Elielton, aos 48 do segundo tempo. Cartões amarelos: Jobson, Nininho, Leandro Brasília e Mimica.
