Por Wladmir Paulino
@Wladmir_Paulino
Que os princípios de jogo do Santa Cruz estão definidos, é verdade. Mas só isso não vai garantir sobrevivência ao Tricolor na temporada 2018. Para que um modelo de jogo funcione, dê resultado, é preciso sair da teoria para a prática. É preciso executar com o máximo de correção possível. Do contrário, o time vai sofrer o que a torcida está vendo: tem momentos de inspiração, consegue dominar e até acuar o adversário. Mas não mantém o tom por muito tempo. E o futebol não é jogo de 30 minutos, é o triplo disso.
A desmontagem de um sistema de jogo durante uma partida em início de temporada é perfeitamente normal. Porém, o que falta ao Santa é evoluir, o mínimo que seja. Quando o adversário faz a leitura e consegue jogar, o time parece derreter. A situação mais flagrante é a descompactação do meio de campo. Abre-se um buraco entre o meio e o ataque a tal ponto que o Central tomava a bola com tanta facilidade que parecia um time de adultos enfrentando um sub-15.
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No segundo tempo o problema ficou ainda mais grave. E aqui entra o componente suplência. As substituições não surtiram qualquer efeito de melhora na equipe e as vaias da torcida ao final da partida não podem ser consideradas injustas.
O técnico Júnior Rocha saiu em defesa de seus atletas ao lembrar que não foram eles os responsáveis pelo rebaixamento para a Série C no ano passado. Sim, não foram. Mas quem caiu também não foram Julio Cesar, Ricardo Bueno, Bruno Paulo e Anderson Salles. O rebaixado não tinha CPF e sim CNPJ. E é o CNPJ do Santa Cruz Futebol Clube. A instituição é maior do que qualquer pessoa. E quando o torcedor olha para o campo ele vê sua camisa vermelha, preta e branca sofrer. Quem a veste fica em segundo plano. Quer um exemplo melhor do que as vaias que Tiago Cardoso ouviu quando entrou no Arruda vestindo a camisa do Náutico? E estamos falando do jogador que simbolizou o renascimento do clube depois de anos entre séries C e D.
Trabalhar em time de massa não é fácil, ainda mais quando essa massa está ferida.