Por Wladmir Paulino, @Wladmir_Paulino - De novo, o Salgueiro fez história. Mas, a partir de agora ela tem mais chances de ser escrita diferente de dois anos atrás, ainda que os autores sejam diferentes. O grupo atual do Salgueiro. Do meio de campo para trás, o time é praticamente o mesmo. Porém dois fatores podem fazer a diferença em favor dos sertanejos e não tem nada a ver com Náutico ou Sport, suas opções de adversário na decisão. Tem a ver com o que o time não tinha naquela oportunidade e agora tem de sobra: tempo.
Em 2015 o Carcará estava em todas: Pernambucano, Copa do Brasil e Campeonato Pernambucano. Se um time como o Sport, com um elenco bem mais numeroso, faz revezamento entre os atletas imaginem os senhores o esforço do Salgueiro, com garotos do sub-20 como alternativa. Isso aconteceu naquele 2015, com direito a um histórico confronto com o Flamengo no Cornélio de Barros. O limite físico dos atletas foi o primeiro jogo da decisão. Acuou o Santa Cruz, perdeu um pênalti mas não saiu do 0x0. No segundo jogo faltou perna e a intensidade não foi repetida. Os tricolores controlaram o jogo o suficiente para vencer por 1x0 e levantar a taça.
Este ano o time do sertão teve apenas a Copa do Brasil, da qual foi eliminado pelo Sinop ainda na primeira fase. Concentrou as forças no Estadual e o resultado veio rápido: primeiro lugar no Hexagonal do Título e uma campanha que o credencia a receber o segundo jogo da decisão. Uma série de fatores que tornam o sonho do Salgueiro bastante possível. O time não está cansado. A base do elenco é a mesma. E Evandro Guimarães não muda a forma de jogar.
O Salgueiro 2017 é ousado sem ser irresponsável. Toma cuidados sem ser medroso. Mostrou até o momento que sabe onde fica a linha tênue do equilíbrio. Uma prova disso foram os três jogos que fez no Recife. Venceu Santa Cruz e Náutico. Merece uma consideração à parte o empate por 2x2 com o sub-20 do Sport, que representou o Leão naquela partida. Até porque aquele jogo mostrou aquele que pode ser o grande inimigo, a soberba. Por não ter pela frente os medalhões, a equipe do interior achou que ganharia na hora que quisesse. Tomou a virada, alcançou o empate e a expulsão injusta de um jogador adversário ajudou bastante a dexiar as coisas como estavam.
O sucesso também tem armadilhas, mas o sonho do Carcará é cada dia mais possível.
LEIA MAIS:
> Santa Cruz vive o dilema do contra-ataque
> Eutrópio reclama de falta de qualidade e tranquilidade
> Técnico do Salgueiro revela homenagem das famílias
> Jogadores do Santa Cruz reconhecem atuação ruim
> Salgueiro vence o Santa Cruz e está na final do Campeonato Pernambucano
> Everton Felipe tira onda com lateral do Santa Cruz
> Nas ondas do rádio: ouça os gols que levaram o Salgueiro à final
> Salgueiro recebeu convite da Arena, mas final será no sertão
