A lembrança do marido amoroso, alegre e bagunceiro é o que Rosângela Loureiro deseja guardar do meia Cléber Santana. Após perder o companheiro no acidente de avião que vitimou grande parte da delegação da Chapecoense, Rosângela pensa agora em amenizar o sofrimento dos filhos. O pernambucano capitão da Chape foi velado na Ilha do Retiro, neste domingo (4), sede do clube que o revelou.
Ela ainda não tem certeza de como será o futuro da família sem Cléber, mas agradeceu às pessoas de Chapecó, pelo carinho com a família. "Perguntaram se eu ia morar longe com minha família, mas não sei o que vou fazer ainda. No momento, vou ter que voltar para organizar tudo que deixei lá. Vou fazer do mesmo jeito que a gente fazia e dia 5 de janeiro, volto para lá, para os meninos passarem uns meses na escola, para não sentirem tanto. Se a distração for essa, se isso for amenizar o sofrimento dos meus filhos, eu fico. Se for para eu sofrer e eles não, porque querendo ou não, eles vão estar com amigos", ressaltou.
A esposa Rosangela e filhos de Cléber Santana acabaram de chegar no velório na Ilha do Retiro. pic.twitter.com/bAMEW0b4am
— Blog do Torcedor (@blogdotorcedor) 4 de dezembro de 2016
Ainda sem conseguir acreditar na perda, ela pediu aos filhos para não chorar, desejando poupar a sogra, Marinalva Santana. "Combinei com meus filhos que a gente não podia chorar, pelas mães da gente, porque a mãe dele, que não pode nem ir lá, se ela ver o neto chorando, ela se acaba", disse, preocupada.
Religiosa, Rosângela afirma que sonhou com o marido e conversou com ele. "Sonhei com ele falando que era para eu ficar feliz, pois ele estava em um lugar bom com o pai dele. Ele sempre falava no pai dele, queria que o pai o visse jogando", relatou a esposa do meia. Cléber perdeu o pai ainda jovem e desejava que o pai o visse em campo. Agora, Rosângela pensa nos filhos, que afirmam a vontade de seguir a carreira do pai. "Vou ver meus filhos falando a mesma coisa", lamentou.
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Agora, a viúva do jogador quer lembrar com carinho o jeito brincalhão do marido. "Espero ele chegar gritando 'marida', quando chegava com palhaçada, eu corria feito uma doida perguntando 'o que foi, Cléber'. Não posso esperar ele chegar, porque ele não vai chegar", relatou Rosângela. Ela exaltou a figura de pai que o marido tinha com os filhos. "Um homem feliz, o melhor pai do mundo, pois ele fazia tudo para os filhos, mas também era exigente", pontuou.
Parentes, amigos e admiradores do meia Cléber Santana cantam uma música em sua homenagem. pic.twitter.com/MIp8ngslQ7
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