Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Por Álvaro Filho
Twitter: @alvarofilho
Cavalheiro como de costume, o presidente do Sport, Humberto Martorelli, recebeu a imprensa na última terça (23) para um almoço onde fez um balanço da gestão em 2015 e traçou metas para 2016. O encontro serviu também para que tópicos de sua administração fossem posto à mesa para apreciação dos comensais da crônica. Agora, com a digestão devidamente feita, vou analisar o menu do encontro, não na ordem que foram servidos, claro, afinal esse não é um blog de gastronomia, mas de futebol.
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Entrada: salada de futebol com molho de finanças
Do ponto de vista financeiro, o Sport se orgulha de ter crédito na praça e pagar suas obrigações em dia. E isso não é pouco. Em tempos de profissionalismo, para o bem e para o mal, muitos jogadores, antes de condições geográficas e históricas, observam justamente o fator cronológico: se o mês tem 30 dias. Assim, o Leão vem conseguindo seduzir atletas emergente e experientes, que buscam um rumo ou ajuste de rota em suas carreiras.
Se há um aspecto que a gestão de Martorelli no Sport tenha se notabilizado, é no futebol. Muito por ser coerente, fiel ao planejamento estratégico, conceito salutar nas administrações privadas e que o presidente rubro-negro parece ter conseguido implantar no clube. A política de contratação de jogadores e dos técnicos obedece a critérios bem definidos e os frutos - e nem sempre o fruto vem em forma de títulos, é bom que se diga - estão sendo colhidos.
No aspecto prático, o Sport começa a implantar o sistema de um treinador que transcenda ao profissional que fique dentro de campo, entregando colete, gritando e trocando o lateral do time reserva pelo titular, em busca de chegar na formação ideal na base da tentativa e erro. Falcão chegou com status de "manager", com a responsabilidade de conceber um plano de treinamento que geralmente é aplicado pelo assistente dele, mas sob sua total tutela.
Como toda novidade, é passível de estranheza e de crítica a olhares mais conservadores. Talvez isso tenha feito o técnico Falcão fechar praticamente todos os treinos desde que chegou, tentando assim evitar que nós, pobres jornalistas da província, tiremos conclusões precipitadas que é o assistente dele, lá no causticante sol no meio do gramado, que treine o time, e não ele, que observa a tudo à distância, protegido pela sombra.
Se assim for, antes que a entrada termine, vem aqui o pedido de se rever tanta reserva. Até para que do ponto de vista mais didático os profissionais da imprensa local que porventura não estejam familiarizados com o conceito de coach e manager possam aprender um pouco mais sobre o tema. Sem falar que jornalista precisa de subsídio para formatar suas opiniões e não se pode falar do que não se vê.
O garçom tira os pratos e talheres da mesa para servir o almoço: "filé da campanha de sócio, acompanhado com elitização da torcida". Em instantes.
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