Vou dizendo logo de início que sou solidário à absolvição de Raniel.
Pisou na bola, meteu o nariz onde não foi chamado, uma besteira, verdade, acontece. Mas passou, se arrependeu, está sendo acompanhado por profissionais.
Segue o jogo, deixa o cara trabalhar, fazer o que sabe, pois vem provando que sabe, mesmo.
Todo jovem está sujeito a isso, é um risco inerente à idade, para se amostrar, ser aceito, por curiosidade ou qualquer outro tipo de justifica que não justifica nada.
Até Adão experimentou o que não devia. Tudo bem que Deus não deu moleza. Mas quem somos nós, pobres e falíveis pecadores, para brincar de Deus?
Ninguém está livre disso, seja na própria pele ou com alguém na família, um filho que você educou com todo carinho ou aquele primo esquisito que fica o tempo todo trancado no quarto.
Se tivesse antidoping nas peladas que eu batia lá em Zé Pequeno, nas Olinda da adolescência, não sobrava quórum nem para uma zorrinha do tipo dois contra um. E ninguém se perdeu no mundo, estão todos aí, doutores de gravata ou de jaleco, ganhando a vida e dinheiro em tribunais ou hospitais.
Só quem não vingou na vida fui eu, o mais careta da turma, que gostava mesmo de futebol e de tanto gostar, acabei no jornalismo.
Para ficar bem claro aqui, até para poupar o tempo dos puristas em comentar: não se trata de apologia ao consumo de drogas, que me desculpem o termo mas me parece o mais apropriado, é uma merda mesmo e só atrapalha a vida do cara. Mas cada um sabe o que faz e não é da minha conta.
Só acho que todo mundo merece uma segunda chance, ainda mais no início da vida.
A apologia que faço é em defesa do ser humano, sempre frágil e conturbado, que precisa de uma mão para ajudar a levantar na hora da queda, não de um dedo na cara lhe apontando o erro.
No caso de Raniel, senhores doutores do STJD, quanto mais perto da bola, longe das drogas.
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