O que a Banca Digital revelada por colunista nos diz sobre as redes sociais?

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Augusto Tenório

Publicado em 05/07/2021 às 12:25
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Gabinete paralelo, orçamento paralelo e, agora, um poder paralelo nas redes sociais. O Brasil parece ser terreno fértil para supostas organizações paralelas às margens do conhecimento público. Reportagem do colunista Leo Dias, do Metrópoles, mostrou o funcionamento da Banca Digital, vista como milícia organizada em torno de um caro mercado onde a mercadoria é a boa imagem pública.

Como revelou a reportagem, a Banca Digital reúne poderosos perfis, capazes de alavancar ou derrubar contas no Instagram. Ela estaria cobrando para falar bem de celebridades ou marcas. O projeto teria faturado mais de R$ 15 milhões em pouco mais de 10 meses.

Uma atriz global, conta Leo Dias, chegou a procurar esse cartel para divulgar uma ação e lhe foi feito um orçamento de R$ 20 mil. Quando o acordo é feito com marcas, o valor pode ser bem maior. Ou seja, cria-se conteúdo com teor publicitário sem a devida sinalização, atingindo de forma mais convincente o usuário que desconhece estar consumindo conteúdo pago.

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Mas o nome "milícia digital" não é por acaso. Além de cobrar para falar bem de perfis, a Banca Digital, segundo denúncia feita ao colunista, também estaria cobrando para não cancelar personalidades. Uma delas diz ter sido cobrada em R$ 35 mil para encerrar-se a repercussão de um comentário malvisto nas redes.

MC Mirella chegou a comentar o assunto e diz já ter sido vítima: "Finalmente caiu na boca do povo. Já acabaram tanto comigo com essas coisas porque eu não pagava".

Dentre os perfis que integrariam esse grupo, estariam alguma páginas que misturam fofocas sobre celebridades, memes e opinião. Segundo Leo Dias, são @s como: Tricotei, Central da Fama, Gossip do Dia, MigaSuaLoca, Subcelebrities, XuxaNaNave, Cutucadas, Babados, Rainha Matos, GarotxDoBlog, Alfinetei, Nazaré Amarga, Choquei e Fofoquei.

Se confirmado, o esquema explica a superexposição repentina de algumas subcelebridades na internet e o sufocamento de perfis com o cancelamento, visto até então como movimento espontâneo de usuários insatisfeitos nas redes sociais.

Mais que isso, a revelação pode servir de alerta sobre as consequências do acúmulo de poder digital em torno de alguns perfis cujo funcionamento não segue um código ético de conhecimento público.

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