"Minha quarentena começou no ano eleitoral em 2018", diz William Bonner sobre ataques de ódio

Samantha Oliveira
Samantha Oliveira
Publicado em 27/05/2020 às 8:25
Reprodução/TV Globo
William Bonner deve deixar o Jornal Nacional, da Globo, depois das Eleições 2022 - FOTO: Reprodução/TV Globo

Em um tempo difícil para a imprensa, William Bonner fez um longo desabafo na Conversa com Bial da terça, 26. O jornalista afirmou que sua quarentena não tem a mesma duração que as outras pessoas. Ela veio desde 2018, durante o período eleitoral.

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"As minhas bochechas mostram que a minha quarentena não começou há dois meses. Minha quarentena começou no ano eleitoral de 2018", justificou o âncora. William Bonner conta que, desde a eleição de Jair Bolsonaro, ficou mais difícil sair na rua sem receber ataques de ódio.

Segundo o jornalista, a simples presença dele em locais comuns era motivo de tensão entre os transeuntes. E isso chegou ao extremo: William Bonner conta que já chegou a ser hostilizado em público.

O episódio aconteceu em uma manhã de sábado, em uma padaria do Rio de Janeiro. "Fui agredido verbalmente, insultado e desafiado por uma cidadã embriagada", descreve.

"[Ela] se viu no direito de fazer isso a um palmo e meio de distância do meu rosto. Foi constrangedor para as pessoas no local e para mim. Eu me senti culpado por incomodar, com aquela situação, quem estava comendo um simples pão na chapa".

William Bonner ainda reflete sobre como a opinião das pessoas sobre ele muda de acordo com a visão política. Ele exemplificou pessoas que há alguns anos apoiavam o seu trabalho hoej o xingam, e vice-versa.

"Eu falo de mim, mas também falo de toda uma categoria profissional. Mas, eu tenho consciência que sou um símbolo, eu sou o jornalismo da Globo, eu sou a mídia. Eu simbolizo muita coisa para pessoas que não me conhecem".

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