Ousadia de Kubrick em "2001: Uma Odisseia no Espaço" completa 50 anos

Victor Augusto
Victor Augusto
Publicado em 03/04/2018 às 12:29
"2001: Uma Odisseia no Espaço" completa 50 anos (Imagem: Reprodução)
"2001: Uma Odisseia no Espaço" completa 50 anos (Imagem: Reprodução)

Já fazem cinco décadas que o genial diretor Stanley Kubrick (1928-1999) lançou uma das suas principais obras, 2001: Uma Odisseia no Espaço. Com roteiro de Arthur C. Clarke (1917-2008), o longa fez sua estreia no dia 2 de abril de 1968, quatro anos após o lançamento do seu emblemático clássico Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (1964). Sua obra é considerada uma das melhores produções do cinema mundial, impactando a cultura e a sociedade da sua época.

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Com orçamento avaliado em US$ 12 milhões (em valores atuais, segundo o site Box Office Mojo, a quantia é equivalente a US$ 365 milhões), o filme fez sua première em Washington no dia 2 de abril, chegando ao público no dia seguinte. O longa só chegou ao Brasil no dia 29. O roteiro foi assinado pelo próprio Kubrick em parceria com o escritor Arthur C. Clarke. Quando foi lançado, ele dividiu opiniões do público e dos veículos de imprensa. Não eram incomuns adjetivos como "brilhante" e "fiasco".

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Independentemente da opinião dos cinéfilos, 2001: Uma Odisseia no Espaço foi indicado ao Oscar em quatro categorias: Melhor roteiro original, Melhor direção, Melhor direção de arte e Melhores efeitos visuais (na qual levou a cobiçada estatueta).

2001: Uma Odisseia no Espaço, um "filme de ficção científica que não seja considerado lixo"

De acordo com o livro 2001: Uma odisseia no espaço – Stanley Kubrick, Arthur C. Clarke e a criação de uma obra-prima, Stanley afirmou, ao convidar o escritor para o roteiro, que desejava produzir "o primeiro filme de ficção científica que não seja considerado lixo".

Assistiu e não entendeu? Objetivo concluído

Stanley Kubrick nos bastidores de 2001 Uma Odisseia no Espaço (Imagem: Reprodução) Stanley Kubrick nos bastidores de 2001: Uma Odisseia no Espaço (Imagem: Reprodução)

É verdade que o filme não conseguiu arrecadar uma boa quantia nos seus primeiros dias em cartaz. As críticas de vários veículos de comunicação não ajudaram a despertar o interesse do público. Comentários como "é algo entre o hipnótico e o imensamente chato" (The New York Times) e "monumentalmente sem imaginação" (Variety) não ajudaram nesse quesito. Apesar disso, a revista The New Yorker chegou a classificá-lo como "um trabalho inesquecível".

Entre aplausos e vaias, Kubrick acabou cortando 2001: Uma Odisseia no Espaço em 19 minutos. Mas o corte não resolveu o maior problema: muitos saiam do cinema sem ter entendido coisa alguma. As dúvidas logo geraram um burburinho no público, o que levou Arthur C. Clarke a falar sobre o assunto. Na época, o roteirista explicou: "Se alguém entender o filme completamente, falhamos. Queríamos fazer mais perguntas do que responder".

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Já Kubrick, em entrevista concedida à revista Playboy, foi mais enfático: "Você gostaria que Leonardo Da Vinci tivesse escrito abaixo na 'Monalisa': 'Esta moça está sorrindo porque ela tem um dente podre'? Eu não quero que isso aconteça com '2001'".

Kubrick além de 2001: Uma Odisseia no Espaço

Apesar de marcante, 2001: Uma Odisseia no Espaço não foi o único grande trabalho do diretor Stanley Kubrick. Em 1964, ele lançou o clássico Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (No Brasil, Dr. Fantástico ou: Como Aprendi a Parar de me Preocupar e Amar a Bomba). O longa se tratava de uma comédia, com pitadas humor negro, que retratava o estágio insano em que a Guerra Fria se encontrava, podendo levar ao holocausto nuclear mundial. Logo no título, ele já deixa a entender que o melhor seria que a humanidade sumisse de vez com as bombas nucleares.

Trailer de Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb:

Além disso, ele foi responsável por dirigir a adaptação do clássico Clockwork Orange:

Achou pouco? Ele também foi diretor de The Shining (O Iluminado, 1980)

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