Propaganda eleitoral no Facebook será mais transparente

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 24/07/2018 às 12:46
A diretora Global de Engajamento com Políticos e Governos do Facebook, Katie Harbath
A diretora Global de Engajamento com Políticos e Governos do Facebook, Katie Harbath FOTO: A diretora Global de Engajamento com Políticos e Governos do Facebook, Katie Harbath

SÃO PAULO - Com a liberação de propaganda eleitoral na web e redes sociais, o Facebook está trazendo para o Brasil as ferramentas de transparência nos anúncios que aplicou nos Estados Unidos. A partir do fim do mês, as campanhas dos candidatos poderão se registrar na plataforma para que seus conteúdos relacionados à política sigam os padrões estabelecidos pelos órgãos eleitorais.

A diretora Global de Engajamento com Políticos e Governos do Facebook, Katie Harbath, explicou que não será papel da rede social monitorar esses anúncios, mas que poderá trabalhar junto com os órgãos reguladores para tirar do ar peças que não estejam de acordo com a legislação.

"A partir de 16 de agosto, os anunciantes poderão usar o rótulo de propaganda eleitoral no Brasil, que não só avisa ao usuário que aquele conteúdo é uma propaganda, como também possui o CPF ou CNPJ de quem pagou por aquela publicação", explicou aos jornalistas, num evento realizado na sede do Facebook em São Paulo.

Além da 'tag', toda propaganda eleitoral cadastrada na plataforma ficará disponível na Biblioteca de Anúncios por sete anos. "Qualquer pessoa poderá ver e buscar todos os anúncios eleitorais - ativos e inativos - além de informações adicionais como o valor gasto e o demográfico impactado", completa Katie.

Desde o começo do ano, o Facebook vem se reunindo com os órgãos eleitorais e com os partidos para esclarecer como a plataforma atuará para garantir que os eleitores estejam bem informados antes das eleições. "Aconteceram no passado coisas que não deveriam ter acontecido. Temos trabalhado proativamente com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e com os tribunais regionais para ajudar a garantir a integridade das eleições", afirma a executiva do Facebook.

Desinformação e contas falsas

A entrevista coletiva serviu ainda para reforçar as ações que a plataforma tem tomado para eliminar, ou reduzir, o impacto causado pela desinformação online. "Nos últimos meses, removemos contas inautênticas que violam nossas políticas e são frequentemente usadas por pessoas mal-intencionadas para ocultar atividades ilícitas", conta Katie.

Iniciativas parceiras, como os projetos "Vaza, Falsiane", "Fátima", "Lupe" e "Comprova" também foram destacados como parte do comprometimento em conter a disseminação de conteúdo de baixa qualidade e garantia que as pessoas saibam identificar fontes de notícias confiáveis. "Em maio, lançamos nosso programa de verificação de fatos, que nos ajudam a mostrar menos conteúdo reconhecidamente falso no Feed de Notícias", afirma a executiva.