Desenvolvedores em Pernambuco já criam soluções e apps para o Google Glass

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 07/02/2014 às 16:02

Empresa Nappyx quer aproveitar bom momento da tecnologia vestível (Foto: Fábio Jardelino/NE10) Empresa Nappyx quer aproveitar bom momento da tecnologia vestível (Foto: Fábio Jardelino/NE10)

Vídeos e fotos de Fabio Jardelino

Uma das maiores tendências da tecnologia para os próximos anos, a internet de vestir, já começa a atrair atenção dos desenvolvedores em Pernambuco. Uma nova startup que acaba de iniciar as atividades terá como principal propósito criar e adaptar aplicativos para o Google Glass, os óculos de realidade aumentada do Google. Já a UFPE já mantém em seu laboratório soluções com o dispositivo voltados para a educação.

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Lançado no ano passado em versão beta, o Glass foi disponibilizado apenas para um grupo restrito de pessoas que se inscreveram no programa chamado "Explorer". Cada um precisou desembolsar 1.500 dólares, além dos impostos. "Em um futuro breve, vai começar uma corrida de diversas empresas para levar seus aplicativos para o Glass. Queremos fazer essa transição", diz Wylliam Hussein, desenvolvedor da empresa Nappyx, em entrevista ao NE10. "Também estamos apostando em outros dispositivos vestíveis, como o iWatch e outros que ainda serão lançados".

Hussein, 21 anos, é natural do Rio Grande do Sul, mas veio para o Recife com a família pensando em boas oportunidades do Porto Digital. Sua empresa já iniciou contatos com possíveis desenvolvedores e está aberta para novos negócios. "O mercado daqui está bastante aquecido, com muitas oportunidades para quem pensa em inovar na área de aplicativos", disse. "Está bem melhor que no Sul. Estamos confiantes".

[uolmais https://mais.uol.com.br/view/k77arz6psxw4/%5Bmundobit%5D-startapp-em-pe-comeca-a-desenvolver-apps-para-google-glass-0402CD193468D4C14326]

Hussein é um dos desenvolvedores selecionados para a primeira fase do "Explorer". Ele foi escolhido para ser um dos compradores. Mas não foi fácil. "O Google permitia a venda apenas para cidadãos norte-americanos. Além do mais, o código para comprar o produto expirava em sete dias. Foi correria", lembra.

O intuito do Google nesta primeira fase do Glass é testar seu aparelho através de desenvolvedores e os chamados "heavy-users", pessoas que já utilizam bastante os serviços da empresa e que estariam dispostos a testar todas as possibilidades do Glass. Todos os primeiros exploradores recebem emails frequentes para comentar sua experiência de uso. Nesses meses que se seguiram ao lançamento do produto, diversos usos foram sendo conhecidos.

No Brasil, um médico de Salto, Interior de São Paulo realizou a primeira cirurgia da América Latina com o uso do Glass. Já o fotógrafo Richard Koci realiza um experimento para estudar as novas perspectivas para uso dos óculos para fazer fotos e vídeos. "O Glass foi pensado para micro-experiências de realidade aumentada. Com o tempo de uso, você nem percebe que está utilizando", explica Wylliam. "É muito prático".

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Realidade aumentada realmente aumentada

A academia também realiza experimentos com o Google Glass antes de sua chegada. O Voxar Labs, laboratório do Centro de Informática da UFPE (Cin), está criando soluções com realidade aumentada e interfaces interativas. A ideia é melhorar a experiência do dispositivo.

"Estamos testando aplicações 'see-through', que sejam mais consistentes e amplas do que existe atualmente no Glass", disse a professora Verônica Teichrieb, responsável pelo projeto no Cin. É que atualmente, o Glass disponibiliza apenas informações adicionais quando solicitadas. O usuário tem uma tela sobreposta à realidade para acessar aplicativos e outros dados. "Queremos criar uma experiência em que a imagem vista com os próprios olhos já contenha dados de realidade aumentada", explica Verônica.

Fazendo uma comparação ruim, seria algo parecido com ciborgues de filmes de ficção-científica, como Robocop.

As aplicações que estão sendo desenvolvidas na UFPE poderão ser utilizadas na educação, saúde e indústria.