CPRecife termina na expectativa de nova edição em 2013

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 29/07/2012 às 21:51
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Organizador diz que edição recifense foi a melhor do evento até hoje. Infraestrutura, como alimentação e internet, foram pontos negativos

Foto: Debora Guelman/Divulgação

Por Paulo Floro, do NE10

Colaborou Geisa Agrício

A primeira Campus Party fora de São Paulo chegou ao seu encerramento oficial neste domingo (29) com uma repercussão positiva por parte dos visitantes e dos campuseiros que acamparam durante três dias no Centro de Convenções. Mas, o maior evento de tecnologia que o Estado já conheceu, termina com uma indefinição sobre seu futuro. Apesar da promessa do Governador Eduardo Campos, a organização da Campus prefere não arriscar uma confirmação da edição 2013.

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Segundo Bruno Souza, presidente do Instituto Campus Party, esta primeira edição local está sendo tida como uma "edição especial". Mas, a expectativa é alta para o ano que vem. Segundo o NE10 apurou, a organização já sondou datas no Chevrolet Hall para o mês de julho de 2013. Com cerca de 800 campuseiros acampados e 2 mil inscritos para assistir palestras e oficinas na Arena, a Campus trouxe um bom volume de público em todos os dias. Segundo Souza, 3 mil pessoas circularam pela Arena da Campus.

Outro número que dá ideia do sucesso desta edição inaugural foi a presença de campuseiros vindos de fora de Pernambuco. Representantes de 20 Estados marcaram presença nesses três dias. Outros países também estiveram por aqui: usuários da Espanha, Suécia, Portugal e EUA se inscreveram para as atividades. De conteúdo, foram 200 horas de palestras, atividades, oficinas, debates e fóruns, em cerca de 180 atividades, em uma área de 30 mil metros quadrados. "Acredito que Recife será o próximo Vale do Silício", disse o diretor-geral da Futura Networks, Mário Teza. "Vocês não foram os primeiros nem os maiores, mas esta foi a melhor Campus Party até hoje", disse para delírio da plateia campuseira.

Encerramento teve chuva de papel picado e grito de guerra (Foto: Paulo Floro/NE10)

Os palcos Michelangelo, Pitágoras, Stadium, Galileu, além do principal, ficaram lotados em quase todos os eventos da agenda. O destaque ficou para o tema empreendedorismo que marcou o evento, seja nas palestras e debates, ou mesmo nos eventos que promoveram encontros de startups com investidores e público, como o Wayra Contest. O Sebrea também realizou encontros e deu instrução sobre como fazer um plano de negódio. Entre os nomes que mais chamaram atenção estão Bel Pesce, autora do livro "Menina do Vale", o ex-engenheiro da Nasa, Mike Comberiate e o fundador do Partido Pirata, o sueco Rick Falkvinge.

Na Área Expo, gratuita, o público marcou presença no final de semana, lotando estandes como a grafitagem virtual da Prefeitura do Recife, o Cubo de Conteúdo da Vivo (com disputas de Song Pop ao vivo e batalhas nerd) e exibições de robótica. O número oficial de pessoas ainda não foi divulgado, mas, pelo que pudemos perceber nesses três dias, a visitação foi grande.

Já a infraestrutura deixou a desejar, repetindo erros da edição paulista. Campuseiros reclamaram da comida tanto na pequena área de alimentação dentro do Chevrolet Hall, quanto do restaurante oficial, que ficava na área externa. Outro problema foram as poucas saídas disponíveis para dar vazão ao contigente de pessoas, o que acabava ocasionando filas para entrar.

Foto: Igo Bione/JC Imagem

Mas, a internet foi o que mais incomodou os campuseiros. Neste domingo, foram cerca de meia hora offline, em dois momentos. Outros usuários reclamaram que tinham o fuso-horário mudado para Bogotá, na Colômbia, todas as vezes que se conectavam à rede wireless. Segundo Mário Teza, diretor da Futura Networks, o problema foi verificado a tempo e corrigido. Na maior parte do tempo, a conexão de 5GBps funcionou bastante bem. "Esse cabeamento que a Telefónica trouxe para o evento vai ficar como um legado para o Recife", disse Bruno Souza.

https://twitter.com/mktcriativo/status/229685739401654272

Campuseiros comentam o melhor e o pior da Campus

Foto: Eudes Santana/Divulgação

Raul Alves, 18 - estudante de economia e curso técnico em informática

Veio de Floresta, no Interior de Pernambuco, em sua 1ª Campus Party.

"Acho que é bom por ser uma oportunidade de conhecimento, mas acha que deveria ter mais prática. Não são feitos projetos aqui dentro. A programação, por exemplo, ficou só na teoria"

Tomas Arruda, 19, estudante de ciência da computação

Está em sua segunda Campus Party (foi para edição paulista)

"Gostei mais da organização daqui, porque é mais aconchegante. Mas, a segurança de lá é melhor. Outra coisa que gostei é que o conteúdo é bem variado"

João Gonzaga, 22, análise de sistemas

É de Salvador e veio após vencer um campeonato em São Paulo de aplicativos.

"A de São Paulo é muito maior, mas a de Recife foi muito bem organizada. Como as duas são muito diferentes em tamanho, é impossível comparar. O Recife foi muito acolhedor para os campuseiros, e as palestras, muito boas. A daqui não teve tantos dias, mas conseguiu abordar tudo"

Rodrigo Barbosa, 15 anos - estudante

"Superou as minhas expectativas. Imaginava a estrutura bem menor (menos organizado) que a de São Paulo e acabei gostando. Gostei muito das competições e as palestras abordaram de tudo. Mas acho que deveria ter climatização melhor"

Danilo Cordeiro, 19 anos, estudante de engenharia mecânica

"Gostei das palestras e da oficina de robótica, mas acho que poderiam abordar mais pelo lado da engenharia mecânica. Foi mais pela computação, pelo lado digital da coisa"

Miguel Duarte, 20 anos, estudante de engenharia da computação

"Achei as ações de marketing muito interessantes. E o ambiente, as pessoas, são muito legais. O único problema foi na entrada e saída, mas isso não é importante diante de tudo"

Lucas Leandro e Heitor Fontes (Fotos: Amanda Miranda/NE10)

Lucas Leandro, 20 anos, estudante de engenharia biomédica

"Adorei as palestras, mas acho que algumas coisas não deveriam parar na madrugada, como aconteceu"

Heitor Fontes, 19 anos, estudante de engenharia da computação

"Estou gostando das palestras, mas acho que não vale tão a pena porque estão transmitindo pela internet. Iria pensar muito para vir de novo. A organização é boa, só tive problemas na entrada, que demorei 1h30 para conseguir entrar"

Enquanto isso, no Twitter...

https://twitter.com/douradoleite/status/229724392064696321

https://twitter.com/carolbevilaqua/status/229724143745126402

https://twitter.com/Stellalbuqrq/status/229723593393704962

https://twitter.com/loissecom2s/status/229723018153295872

https://twitter.com/rahbrennichi/status/229722783767203842

https://twitter.com/Stellalbuqrq/status/229722519941296129

https://twitter.com/carlosnpz/status/229727118177730560

Errata: A Vivo avisa que não era responsável pela internet sem fio, apenas através de cabo. O wifi era disponibilizado através de rotações trazidos pelos próprios campuseiros. O texto já foi corrigido.