Coronavírus: Sobe para 9 o número de casos suspeitos no Brasil

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/01/2020 às 16:47
A OMS aumentou o nível de alerta para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, (Foto: Filbert Rweyemamu/AFP)
A OMS aumentou o nível de alerta para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, (Foto: Filbert Rweyemamu/AFP) FOTO: A OMS aumentou o nível de alerta para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, (Foto: Filbert Rweyemamu/AFP)

O Ministério da Saúde informa que foi notificado, até as 12h desta quarta-feira (29), de outros seis casos suspeitos do novo coronavírus no Brasil. No total, nove casos suspeitos da doença são monitorados pelas autoridades de saúde brasileiras. Eles foram notificados nos Estados de Minas Gerais (1), Rio de Janeiro (1), Santa Catarina (2), São Paulo (3), Paraná (1) e Ceará (1). O caso do Rio Grande do Sul, anunciado na terça-feira (28) como suspeito, foi descartado.

Os pacientes se enquadraram na atual definição de caso suspeito para nCoV-2019 (o novo coronavírus), estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ou seja, apresentaram febre e, pelo menos, um sinal ou sintoma respiratório, além de terem viajado para área de transmissão local nos últimos 14 dias.

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Nesta quarta-feira (29), uma videoconferência entre o Governo do Brasil e profissionais de saúde de todo o País traça estratégias e visualiza panorama da situação nacional do novo coronavírus. Além disso, os planos de contingência dos Estados serão atualizados.

Outros países

Até a tarde desta quarta-feira (29), os casos confirmados de coronavírus já ultrapassaram seis mil em todo mundo, e a maioria foi registrada na China. O número de mortes permanece em 132, todas em território chinês.

A Finlândia é o 17º país a registrar caso de coronavírus. Infecções já foram confirmadas na Tailândia, Japão, Malásia, Cingapura, Austrália, Estados Unidos, França, Alemanha, Coreia do Sul, Emirados àrabes Unidos, Camboja, Nepal, Vietnã, Canadá e Sri Lanka, além da China.

Gravidade

"Os casos graves de coronavírus têm alta taxa de letalidade", diz o infectologista Paulo Sérgio Ramos, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador da Fiocruz Pernambuco.

Em informe divulgado na sexta-feira (24), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alerta que há risco de epidemia global. A Organização Mundial de Saúde destacou que é cedo para declarar a situação como emergência em saúde pública internacional neste momento, devido ao número localizado de casos e pelas medidas que estão sendo tomadas.

"Os casos graves preocupam. Devido ao fato de as pessoas estarem sempre se deslocando, a possibilidade de chegar ao Brasil existe", explica o infectologista Paulo Sérgio Ramos (Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem)

Vale informar que a nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente. Existiam só seis cepas conhecidas capazes de infectar humanos. Acredita-se que a fonte primária do vírus seja em um mercado de frutos do mar e animais vivos em Wuhan.

Quando falamos sobre manifestações apresentadas por uma pessoa infectada, destacamos desde casos sem sintomas a quadros semelhantes a um resfriado, mas especialmente a condições graves associadas a uma dificuldade respiratória. Sobre o contágio do novo vírus, não se sabe muito até agora. Por enquanto, vamos acompanhar as recomendações, que são dinâmicas e podem mudar de um dia para outro.

Como se proteger?

A SBI também frisa que, para reduzir o risco de infecção pelo novo coronavírus, é preciso evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas; lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar; cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir; evitar tocar nas mucosas dos olhos; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; evitar contato próximo com animais selvagens e doentes em fazendas ou criações.