Coronavírus: Pernambuco inicia ações de vigilância da doença

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/01/2020 às 12:22
Nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente (Foto: Diego Nigro/Acervo JC Imagem)
Nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente (Foto: Diego Nigro/Acervo JC Imagem) FOTO: Nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente (Foto: Diego Nigro/Acervo JC Imagem)

Em relação à vigilância do coronavírus, o Ministério da Saúde elevou, nesta terça-feira (28), a classificação de risco do Brasil para o nível 2, que significa "perigo iminente", após caso suspeito de coronavírus em paciente em Minas Gerais. Até a segunda-feira (27) o País estava em nível 1 de alerta. Com o aumento do alerta global para transmissão do novo coronavírus, o Ministério da Saúde pedirá a atualização de planos de contingência aos Estados.

Em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa que já encaminhou para os municípios e serviços de saúde pernambucanos boletins do Ministério da Saúde (MS) com todas as informações necessárias sobre o coronavírus e com orientações para os profissionais de saúde, além de estar atenta para fazer as atualizações que forem necessárias.

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"A SES também já deflagrou as ações de vigilância epidemiológica da doença, com o fluxo de notificação de possíveis casos junto à rede de saúde, além de discutir com especialistas na área e a própria rede especializada, protocolo e fluxo de atendimentos nas unidades de referência para o acolhimento de um possível caso suspeito. Esse material será divulgado em breve", destacou, em nota, a secretaria.

Diante do cenário epidemiológico atual, com a possibilidade iminente de introdução do coronavírus no Brasil, o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, convocou uma reunião sobre o assunto nesta terça-feira (28). Participaram os gestores das áreas estratégicas da Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife para discussão das providências municipais. "Estão programadas reuniões com a SES e também com as coordenações dos núcleos de epidemiologia das unidades municipais e dos hospitais privados, com o objetivo de disseminar as informações e orientações do Ministério da Saúde, a fim de alinhar a conduta dos profissionais da Vigilância Epidemiológica, Atenção Básica e Média e Alta Complexidade, incluindo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, na identificação e condução de possíveis casos", diz a Sesau, em nota.

A Sesau Recife também está tomando providências para disponibilização de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras, luvas e outros insumos, além de estar preparando materiais informativos sobre o coronavírus para distribuição nas unidades de saúde e em locais de interesse público. "A Sesau está acompanhando constantemente as mudanças no cenário epidemiológico e as recomendações do Ministério da Saúde para adequar a conduta, sempre que necessário."

Gravidade

"Os casos graves de coronavírus têm alta taxa de letalidade", diz o infectologista Paulo Sérgio Ramos, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador da Fiocruz Pernambuco.

Em informe divulgado na sexta-feira (24), a Sociedade Brasileira de Infectologia alerta que há risco de epidemia global. A Organização Mundial de Saúde destacou que é cedo para declarar a situação como emergência em saúde pública internacional neste momento, devido ao número localizado de casos e pelas medidas que estão sendo tomadas.

"Os casos graves preocupam. Devido ao fato de as pessoas estarem sempre se deslocando, a possibilidade de chegar ao Brasil existe", explica o infectologista Paulo Sérgio Ramos (Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem)

Vale informar que a nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente. Existiam só seis cepas conhecidas capazes de infectar humanos. Acredita-se que a fonte primária do vírus seja em um mercado de frutos do mar e animais vivos em Wuhan.

Quando falamos sobre manifestações apresentadas por uma pessoa infectada, destacamos desde casos sem sintomas a quadros semelhantes a um resfriado, mas especialmente a condições graves associadas a uma dificuldade respiratória. Sobre o contágio do novo vírus, não se sabe muito até agora. Por enquanto, vamos acompanhar as recomendações, que são dinâmicas e podem mudar de um dia para outro.

Como o coronavírus se espalha?

A transmissão do novo coronavírus, segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), está limitada a grupos familiares e profissionais de saúde que cuidaram de pacientes infectados. “Também não há evidências de transmissão de pessoa a pessoa fora da China, mas isso não significa que não aconteça”, diz o informe da entidade médica. Não se sabe exatamente ainda sobre o período de incubação, mas se presume que o tempo de exposição ao vírus e o início dos sintomas seja de até duas semanas.

Como se proteger?

A SBI também frisa que, para reduzir o risco de infecção pelo novo coronavírus, é preciso evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas; lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar; cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir; evitar tocar nas mucosas dos olhos; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; evitar contato próximo com animais selvagens e doentes em fazendas ou criações.