Zika e microcefalia: secretário de Saúde de Pernambuco promete mais apoio às mães

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 17/11/2019 às 17:18
Epidemia do zika continua a afetar a saúde mental das famílias (Foto: Diego Nigro/Acervo JC Imagem)
Epidemia do zika continua a afetar a saúde mental das famílias (Foto: Diego Nigro/Acervo JC Imagem) FOTO: Epidemia do zika continua a afetar a saúde mental das famílias (Foto: Diego Nigro/Acervo JC Imagem)

Questionado sobre o suporte social, terapêutico e medicamentoso que Pernambuco oferece às mães das crianças que nasceram com a síndrome congênita do zika, o secretário estadual de Saúde, André Longo, reconhece que a epidemia do vírus continua a afetar a saúde mental das famílias e anuncia que será ofertada uma rede direcionada ao cuidado socioemocional. “Sabemos que há um impacto social relevante, e esta pesquisa (clique aqui e leia reportagem que cita o trabalho publicado no Plos Neglected Tropical Diseases) traz dados que vão nos levar a trabalhar a partir da nossa gerência de saúde mental para ampliar a atenção às famílias”, garante André Longo.

O secretário ressalta que atualmente Pernambuco tem um trabalho que oferece suporte às crianças com microcefalia, com unidades de saúde focadas no atendimento, na estimulação precoce e na reabilitação. “Agora, com estes novos dados de acometimento das mães, que são relevantes, o governo do Estado precisa dar uma atenção ainda mais especial a essas mulheres. Em parceria com os municípios, especificamente com os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), trabalharemos para ofertar uma maior assistência às mães”, acrescenta.

André Longo, secretário de Saúde de Pernambuco, anuncia que será ofertada uma rede direcionada ao cuidado socioemocional (Foto: Miva Filho/SES)

Para o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, o preconceito e o estigma vivenciados pelas famílias, além da dedicação exclusiva às crianças afetadas pelo zika, também contribuem para o aparecimento de problemas que abalam a saúde mental das mulheres. “Isso é algo que nos preocupou desde o primeiro momento (quando apareceram os primeiros casos de microcefalia, em 2015). Atuamos, inclusive, com o Programa Mãe Coruja Recife para oferecer um olhar especial às mães e acolhê-las na rede de saúde. É preciso cuidar de quem cuida”, diz Jailson Correia, que reforça a importância do trabalho executado pelas organizações como a União de Mães de Anjos (UMA) e a Aliança das Mães e Famílias Raras (Amar). “São associações que funcionam como instrumento de empoderamento feminino nesse processo de cuidado e que também ajudam a criar uma rede de suporte para as famílias”, complementa.

A Amar (no Parque Santos Dumont, Zona Sul do Recife) e a UMA (localizada no Barro, Zona Oeste da cidade) promovem acolhimento de centenas de mães com crianças que nasceram com zika congênita, orientam sobre seus direitos, estimulam a inclusão social e garantem visibilidade à causa.