Pesquisadores monitoram gestantes expostas ao zika vírus e outras arboviroses

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 02/09/2018 às 21:07
Em Pernambuco, durante os 8 primeiros meses de 2018, 81 mulheres grávidas tiveram confirmação de que foram expostas a um dos três vírus: zika, dengue e chicungunha (Foto: Igo Bione/Divulgação)
Em Pernambuco, durante os 8 primeiros meses de 2018, 81 mulheres grávidas tiveram confirmação de que foram expostas a um dos três vírus: zika, dengue e chicungunha (Foto: Igo Bione/Divulgação) FOTO: Em Pernambuco, durante os 8 primeiros meses de 2018, 81 mulheres grávidas tiveram confirmação de que foram expostas a um dos três vírus: zika, dengue e chicungunha (Foto: Igo Bione/Divulgação)

Nos primeiros oito meses do ano, Pernambuco já notificou 302 gestantes como casos suspeitos de arboviroses.

Entre elas, 57 tiveram resultado de IgM (anticorpo produzido na fase aguda da infecção) positivo dengue, outras 13

para chicungunha e nove para zika. Há ainda um caso com amostra de RT-PCR (técnica capaz de detectar os vírus no

período de infecção viral, que dura alguns dias) reagente para chicungunha e mais outro para zika.

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Os números são do boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que considera as notificações deste ano feitas até 18 de agosto. Dessa maneira, 81 mulheres grávidas tiveram confirmação de que foram expostas a um dos três vírus. O número ratifica que, embora em menor intensidade do que nos anos de tríplice epidemia (2015 e 2016), dengue,

chicungunha e zika continuam a circular, o que requer atenção dos gestores e pesquisadores.

Muitas dessas gestantes, em Pernambuco, estão sendo acompanhadas por duas pesquisas que avaliam a magnitude dos riscos das infecções pelos vírus às mulheres grávidas e a seus bebês. “Há um estudo que monitora as gestantes notificadas pela SES e outro do NIH (sigla em inglês para Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos) com a meta de acompanhar 10 mil mulheres no mundo. Algumas delas estão no nosso grupo de pesquisa”, diz o epidemiologista Ricardo Ximenes, professor da Universidade de Pernambuco (UPE) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ele é pesquisador do Grupo de Pesquisa da Epidemia da Microcefalia (Merg), que busca respostas para os casos de microcefalia registrados no Brasil e congrega profissionais ligados a diversas instituições, como o Instituto Aggeu Magalhaes (unidade da Fiocruz em Pernambuco), a UPE e a UFPE.

Nesta segunda-feira (3), durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MedTrop), no Centro de

Convenções de Pernambuco, em Olinda, no Grande Recife, Ricardo Ximenes apresentará como está o monitoramento das gestantes no Estado. Sem dúvidas, a ciência caminha, cada vez mais, para elucidar mecanismos por trás de infecções congênitas.