Na 3ª semana, 'censo das arboviroses' visita casas e prédios de bairros das Zonas Norte e Oeste do Recife

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 02/09/2018 às 9:04
Pesquisadores da Fiocruz PE visitam domicílios localizados nos bairros de Jardim São Paulo, Areias, Caçote, Torre, Madalena, Parnamirim, Aflitos e Espinheiro (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)
Pesquisadores da Fiocruz PE visitam domicílios localizados nos bairros de Jardim São Paulo, Areias, Caçote, Torre, Madalena, Parnamirim, Aflitos e Espinheiro (Foto: Diego Nigro/JC Imagem) FOTO: Pesquisadores da Fiocruz PE visitam domicílios localizados nos bairros de Jardim São Paulo, Areias, Caçote, Torre, Madalena, Parnamirim, Aflitos e Espinheiro (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)

Cerca de 350 residências já abriram as portas para o ‘censo das arboviroses’, como é conhecido popularmente o mapeamento que tem a missão de fazer o primeiro retrato fiel de zika, chicungunha e dengue no Recife. O estudo, que começa a traçar um panorama inédito dos casos novos e antigos, em diferentes níveis socioeconômicos e faixas etárias, das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, chega à terceira semana de trabalho com visitas a domicílios localizados nos bairros de Jardim São Paulo, Areias e Caçote. “Paralelamente, outro grupo de técnicos vai a bairros como Torre, Madalena, Parnamirim, Aflitos e Espinheiro. Precisamos bastante da colaboração da população. O mais difícil é ter acesso a moradores de prédios, especialmente aqueles sem zelador”, salienta a pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Cynthia Braga, coordenadora do estudo.

Ela acrescenta que, em média, são visitadas 100 residências por semana. O trabalho de passar pelas casas deve terminar em dezembro. “A partir desse levantamento, vamos ter uma ideia mais precisa da dimensão das epidemias de zika e chicungunha e avaliar como está a situação da dengue na cidade. Estamos entrevistando as pessoas para conhecer a história anterior de adoecimento. Também coletamos amostra de sangue em quem não apresentar sinais de arboviroses no momento da visita”, destaca Cynthia. Já os participantes que têm algum sintoma das doenças, como febre e exantema (manchas vermelhas na pele) durante a entrevista (ou nos últimos 30 dias), estão sendo submetidos a testes de saliva, urina e fio de cabelo para um diagnóstico confiável.

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Com testes mais específicos, os pesquisadores tentam esclarecer se fatores ambientais podem ter interagido com o zika e ter contribuído com a explosão dos casos de microcefalia, que se tornou a malformação congênita mais associada ao vírus. “A maioria dos casos de síndrome congênita do zika ocorreu na fatia da população de baixa condição socioeconômica. Uma minoria foi verificada entre mulheres de classe média alta. Mas ainda não está claro se elas se infectarem menos ou se possuem algum outro cofator ambiental associado”, ressalta o pesquisador do Departamento de Virologia e Terapia Experimental (Lavite) Ernesto Marques Júnior, integrante da equipe do inquérito.

As visitas às residências acontecem, de segunda a quinta, das 17h às 21h. Aos sábados, das 9h às 12h (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)

As residências que são visitadas foram identificadas por sorteio. As equipes que fazem as entrevistas e os exames atuam devidamente identificadas. As visitas acontecem, de segunda a quinta, das 17h às 21h. Aos sábados, das 9h às 12h. As pessoas que forem contactadas e tiverem dúvidas sobre o estudo podem entrar em contato com os pesquisadores, para receber orientações de segunda a sexta-feira, pelo telefone: 2101-2577. Outras informações pelo site cpqam.fiocruz.br.