Copa do Mundo: secretaria faz alerta a torcedores sobre vírus de sarampo na Rússia

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 24/06/2018 às 11:50

Estadão Conteúdo

A Secretaria de Saúde de São Paulo editou um alerta em nível 3, o mais alto da escala, para o risco de casos de sarampo importados no Brasil, sobretudo por causa da Copa. A pasta observa que foram identificados na Rússia 1.149 casos da infecção (42% deles em adultos) de janeiro a abril. A estimativa é de que pelo menos 65 mil brasileiros estejam acompanhando o Mundial. "É um alerta importante, sobretudo diante das baixas coberturas vacinais contra a doença", afirma a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Isabela Ballalai.

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Ela observa ainda que o risco de torcedores não imunizados contraírem a doença na Rússia se soma a um panorama que, por si só, já é preocupante: a volta da circulação do vírus no Brasil. "É uma doença altamente contagiante. Daí a necessidade de se manter as taxas de cobertura vacinal altas, o que não ocorre atualmente." O alerta observa que, desde o início do ano, casos da doença já foram identificados em Roraima e Amazonas, além de um surto no Rio Grande do Sul. Até o momento, são cinco casos confirmados. O primeiro paciente gaúcho foi um estudante de 25 anos, com histórico de viagem recente ao Amazonas.

Todas essas condições preenchem os requisitos para mudar o estado de atenção. O nível 3 é dado todas as vezes em que se identifica a persistência da transmissão por mais de 90 dias em mais de um Estado do País. No comunicado, a recomendação é de que profissionais de saúde fiquem atentos a qualquer caso suspeito de doença exantemática (com erupções ou manchas na pele). Suspeitas devem ser notificadas em 24 horas e investigados em 48 horas.

A meta é ampliar a cobertura para 95% na faixa etária recomendada, além de imunizar pessoas susceptíveis. "Isso ocorre num momento em que a cobertura vacinal não está boa. Ela caiu muito nos últimos dois anos", diz o infectologista Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da secretaria paulista. No inverno, o risco para a doença aumenta.