O que é pré-hipertensão? Conheças as ameaças por trás do problema e saiba como lidar com ele

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/03/2018 às 10:15
Hipertensão é considerada uma inimiga silenciosa. Por isso, é importante investir em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento (Foto: Pixabay)
Hipertensão é considerada uma inimiga silenciosa. Por isso, é importante investir em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento (Foto: Pixabay) FOTO: Hipertensão é considerada uma inimiga silenciosa. Por isso, é importante investir em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento (Foto: Pixabay)

Sedentarismo, estresse, sobrepeso e tabagismo, mas o nível de pressão arterial permanece em 12 por 8. Então, tudo funciona bem no organismo, certo? Não. Com essa taxa apresentada pelo tensiômetro, já é hora de ligar o sinal amarelo para frear o desenvolvimento de problemas crônicos. Agora, com as atualizações das recomendações mundiais para diagnóstico e tratamento da hipertensão, quem tem uma pressão de 12 por 8 (forma popular para designar a pressão máxima em 120 e a mínima em 80 milímetros de mercúrio) não deve aliviar ao adotar cuidados preventivos.

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“Doze por oito pode não ser mais uma taxa normal, dependendo dos fatores de risco (condições que aumentam chances de se desenvolver doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral) apresentados por cada pessoa. Em algumas situações, essa taxa pode até sinalizar uma ‘pré-hipertensão’. O ideal é estar abaixo dos 120 e 80, especialmente se o paciente fuma, faz uso de bebida alcoólica, tem diabetes, sobrepeso, níveis altos de colesterol e triglicérides”, diz o cirurgião cardiovascular Pedro Salerno, professor do curso de medicina da Universidade Católica de Pernambuco e um dos diretores da Sociedade Pernambucana de Cardiologia (SBC-PE).

Assista ao programa sobre o tema na TV JC:

Na última sexta-feira (9), em entrevista ao programa Casa Saudável, da TV JC, o médico alertou sobre os perigos da hipertensão, considerada uma inimiga silenciosa. “Um dos grandes problemas é que geralmente a pessoa com pressão alta não manifesta sintomas. Isso pode se tornar um desafio para o médico convencer o paciente de que ele tem uma condição que precisa de controle. Os sinais podem se tornar evidentes apenas numa crise hipertensiva (elevações bruscas e severas da pressão arterial), uma situação em que podem aparecer dor na nunca, mal-estar, inquietação, calor excessivo e rubor na face”, esclarece Pedro Salerno.

"O exercício físico é recomendado para diminuir a pressão. Para quem é ‘pré-hipertenso’, sugerem-se mudanças no estilo de vida. Na maioria das vezes, dá para controlar", salienta o cirurgião cardiovascular Pedro Salerno (Bobby Fabisak/JC Imagem)

Outro detalhe é que, por ser silenciosa, a descoberta da hipertensão pode acontecer quando um ataque cardíaco (entre os problemas que mais matam os brasileiros) dá as caras. Foi o caso do médico Anchieta Patriota, 60 anos, que estava com uma taxa de 19 por 11 quando teve um infarto. Cinco dias antes, ele chegou a apresentar dores no peito, mas a pressão arterial estava em 12 por 8, e o eletrocardiograma sem alterações.

Anchieta Patriota, 60 anos, estava com uma taxa de 19 por 11 quando teve um infarto. Depois disso, ele passou a adotar um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e prática de exercício físico. Perdeu 12 quilos (Foto: Filipe Jordão/JC Imagem)

“Chegaram a suspeitar de gastrite, mas dias depois veio o infarto. Fiz cateterismo (exame que investiga a presença de obstruções das artérias) e coloquei um stent (tubo minúsculo usado para manter a artéria aberta)”, conta Anchieta. Depois disso, ele passou a adotar um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e prática de exercício físico. Perdeu 12 quilos. “Também tomo três medicamentos para controlar a pressão arterial e hoje sou uma pessoa mais disposta e com uma melhor qualidade de vida”, destaca Anchieta.