SUS passa a oferecer transplante de medula óssea para tratar anemia falciforme

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 06/07/2015 às 11:05

Imagem da pesquisa (Foto: Wikimedia) Técnica consiste em destruir com o uso de drogas quimioterápicas a medula óssea do paciente, que produz células sanguíneas defeituosas (Foto: Wikimedia)

Da Agência Fapesp de Notícias

Considerado o único tratamento capaz de curar a anemia falciforme, o transplante de medula óssea acaba de ser incluído no rol de procedimentos coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A técnica, cujo nome científico é transplante de células-tronco hematopoéticas alogênico, consiste em destruir com o uso de drogas quimioterápicas a medula óssea do paciente, que produz células sanguíneas defeituosas. Em seguida, são infundidas células-tronco da medula de um doador compatível para que seja criada uma nova fábrica de células sanguíneas sadias.

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Parte das evidências científicas que contribuíram para a inclusão do tratamento na rede pública foi produzida em trabalhos realizados no âmbito do Centro de Terapia Celular (CTC) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP e sediado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, o centro é o único do Brasil que realiza o procedimento de maneira regular.

Os primeiros trabalhos experimentais foram feitos em 2003, sob coordenação de Julio Voltarelli, morto em 2012. Desde então, o CTC já realizou 27 dos 40 transplantes em portadores de anemia falciforme ocorridos no Brasil. Os estudos se intensificaram nos últimos 5 anos sob comando de Belinda Simões.

“Essa experiência local foi muito importante para ajudar a mudar opiniões contrárias à inclusão do procedimento no SUS dentro do Ministério da Saúde. Havia apenas evidências sobre a segurança e a eficácia do método vindas da Europa ou dos Estados Unidos e nós mostramos que em nossos pacientes conseguíamos alcançar os mesmos índices de cura e sobrevida. Mostramos que muitos desses pacientes, que antes viviam sendo hospitalizados, passaram a levar uma vida normal e produtiva. Essa experiência local foi fundamental”, afirmou Simões.

Confira a matéria completa na Agência Fapesp de Notícias.