Por Álvaro Filho, editor do Blog do Torcedor
Questões de segurança, para evitar confrontos de torcedores, etcétera e tal.
A desculpa é bonita e caiu como uma luva para esconder a ré que o Náutico foi obrigado a dar na picuinha com a Arena.
O plano parecia infalível: o Náutico vence o CRB, o Santa Cruz naturalmente perde para o Botafogo e, como num passe de mágica, presto!, o Arruda lotado de alvirrubros na partida contra o Bahia.
Menos pelo dinheiro da renda, prometido aos jogadores na forma de quitação de salários atrasados (incluindo os funcionários), e mais para pressionar a Arena, provar que era possível, sim, um estádio repleto de torcedores do Náutico.
Deixar bem claro ao Consórcio que isso não acontece não é porque a torcida alvirrubra não se anima ou o time não é bom, mas porque a Arena peca na mobilidade e ainda por cima não tem sido uma boa parceira, com mimos maiores aos rivais.
O plano era realmente bom, mas como diria Garrincha, esqueceram de combinar com os russos, com o Santa Cruz, que foi lá no Engenhão e passeou no líder do campeonato, frustrando a conquista antecipada do título alvinegro e também as pretensões alvirrubras.
Para piorar, o Náutico nem fez a parte dele. Tropeçou no CRB, que nesta Série B não era mais nem peixe, nem carne, nem subia, nem caía, e mesmo assim foi pedra no sapato.
A solução foi apelar para a FPF, que num ato de generosidade, ou melhor dizendo, piedade, salvou o Náutico de um vexame maior, de um Arruda às moscas, dois, três mil torcedores, e do prejuízo de ter que pagar o aluguel e os custos de operação.
A ré foi ainda um tiro no pé.
Como foi obrigado a voltar com a cauda entre as pernas, o Timbu terá que aceitar as normas da Arena, de pagar anualmente que deve, e não mais mensalmente, conforme reclamado pelos dirigentes.
Todo o imbróglio, se serve de alguma coisa, é de lição, para um clube que vem pecando em tomar as atitudes na base da pressa, movido pela ira e sentimento de vingança, isso de ambas as partes, oposição e situação.
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