Leo Dias revela detalhes polêmicos contidos na biografia de Anitta

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 20/03/2019 às 10:42
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Em visita ao Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, nesta terça-feira (19), o jornalista Leo Dias, do programa Fofocalizando, da TV Jornal/SBT, conversou com o Social1 sobre a biografia não-autorizada de Anitta, prestes a ser lançada. A noite de autógrafos de "Furacão Anitta" está marcada para o dia 13 de abril, na Livraria Saraiva do Shopping RioMar.

"É uma biografia diferente porque se trata de alguém muito jovem e ainda viva. É uma história de superação e um case de marketing. Não é um livro de fofoca. É baseado em fatos muito atuais. Eu explico, por exemplo, que a Anitta é fruto do crescimento da classe C, que,  graças ao Governo Lula em 2013, teve acesso à internet e à compra de smartphone. E essa classe C precisava de um ídolo que fosse espelho, que viesse de onde eles vieram; uma identidade", explica Dias.

O jornalista se debruçou sobre a história da menina nascida de uma família pobre, no subúrbio do Rio de Janeiro, e que, desde a infância, sabia muito bem o que queria ser na vida.

Anitta ainda pequenina, em Honório Gurgel, no Rio de Janeiro - Foto: acervo familiar

Os primeiros capítulos da biografia tratam das origens, da infância e da adolescência da personagem ? nascida Larissa de Macedo Machado. Com riqueza de detalhes, Dias mostra a história da família desde o início: a migração do interior da Paraíba para o Rio de Janeiro até o dia a dia na casa em que ela cresceu, em Honório Gurgel (Zona Norte do Rio). A relação de cumplicidade de Anitta com a mãe, que desde cedo reconheceu seu talento e carisma, ganha destaque na obra.

Desde cedo, se destacava nos palcos

A admiração pelo avô, sapateiro e musicista autodidata, de quem ela herdou o gosto pela música e recebeu as primeiras lições de piano, também está lá. Foi ele, aliás, quem a levou para cantar, pela primeira vez, na igreja Ainda nesses capítulos iniciais, o jornalista ressalta a dedicação de Anitta aos estudos, sua vontade constante de se superar e sua ambição pelo sucesso ; as brigas com os empresários; as tretas com outras cantoras, os amores e desamores; a fé; o futuro longe dos palcos. "No livro, mostro que as coisas acontecem na vida da Anitta e ela faz do limão uma limonada. Até o ruim fica bom. Ela pode ter 25 anos, mas uma história de vida de 40", conta.

O início da carreira de Anitta - Crédito Duh Marinho

Léo contou que a funkeira ainda não leu o livro, mas o irmão, Renan Machado, teve acesso ao primeiro capítulo. "E chorou", disse.

Anitta com o irmão, Renan Machado - Foto: acervo familiar

"Quando falei para ela que ia fazer o livro, ela não acreditou. No domingo, eu falei com ela e disse: você achou que ia ser uma merda, né?", confidenciou. Para ter veracidade, a própria artista deu longas entrevistas para a obra, assim como membros da sua família, amigos, inimigos, ex-namorados. Apesar de não ser amigo pessoal dela, Leo contou que estabeleceu uma relação de respeito e confiança com a cantora. "Existe lealdade e gratidão. Ela sabe que a exposição é o preço da fama. Ela não se mete no meu trabalho, mas quando eu falo da profissão dela, impõe limites. Quando recebi, por exemplo, o vídeo que mostrava ela beijando o Neymar no Carnaval, ela disse: 'o que eu posso fazer? É teu o vídeo, você comprou. (o jornalista adquiriu por R$ 1.500). Ela sabe que alguém vai vazar, assim como sabe que é importante me ter por perto. Porque eu - descontrolado longe dela - sou um perigo", diz entre risadas. "Hoje em dia eu aviso antes de publicar qualquer coisa. Ela é franca e a gente tem um pacto de não mentir um para o outro. Quando não quer falar, ela pergunta: posso não responder? E isso já é uma resposta", revela.

Anitta - Crédito Duh Marinho

As conquistas empreendidas por esta jovem de apenas 25 anos são extraordinárias. Mas, ainda assim, a cantora afirma na publicação que seus dias de palco estão contados. E é por isso que, para Leo Dias, Furacão Anitta se faz tão relevante. "Esta biografia não se intitula Furacão Anitta por acaso. Em breve, a personagem criada por Larissa Macedo chegará ao fim. A sexbomb rebolativa, poderosa, meiga e abusada abandonará de vez os palcos, deixando marcas inesquecíveis no cenário da música pop internacional”, explica o autor na obra. “É uma decisão já tomada, planejada desde os primeiros momentos da trajetória artística, quando a cantora ainda estava na Furacão 2000."

Dias adiantou que já foi procurado para transformar a publicação em filme, mas a artista pediu para que ele recusasse a proposta para que ela mesma o faça daqui a alguns anos.

A vida de biógrafo de Leo Dias não vai se resumir a esta primeira incursão. Já tem outros artistas em seu radar para uma próxima vez. Entre os nomes especulados estão Seborah Secco e os cantores Belo e Wesley Safadão.

FAMÍLIA

Para escrever a obra, Leo Dias contou com o apoio fundamental da mãe da artista, Mirian Macedo, que forneceu todas as fotos contidas na publicação e boa parte das informações. "Ela é a pessoa que mais acreditou na carreira da filha, uma nordestina arretada. Sem ela, não existiria a Anitta". O pai, conta Dias, não queria que ela seguisse esse caminho. Apostava nela como estagiária da Vale do Rio Doce e uma oportunidade de ser efetivada pela empresa. Mas Anitta decidiu seguir o sonho junto ao grupo de funk Furacão 2000. Dona Mirian, costureira e abandonada pelo marido, pressentia o futuro promissor e bancou o sonho da filha e a incentivou com aulas de inglês, em Honório Gurgel, onde Anitta nasceu e cresceu.

RESTRIÇÕES

O único pedido de Anitta para Leo Dias foi para que ele tivesse cuidado com sua religião, o candomblé. "Tem um capítulo chamado "Não é sorte, é fé", em que ele narra o assunto, preservando o local exato do terreiro, onde ela se refugia, na Baixada Fluminense, e também o nome verdadeiro do seu babalorixá, o pai Sérgio. Mas falo sobre seu orixá, como ela foi levada e o que a levou ao terreiro de candomblé. Ela, por sinal, nasceu católica, mas trocou de religião, aos 17 anos, quando teve um problema na Furacão 2000".

POLÍTICA

Na obra, Leo Dias fala sobre a polêmica envolvendo o nome de Anitta à época das eleições presidenciais. O nome da cantora foi, sem dúvidas, um dos mais citados entre os famosos durante o pleito, após a funkeira ser duramente cobrada por seus fãs a fazer um posicionamento contundente contra o então candidato Jair Bolsonaro. "No livro, Leo explica o porquê disso tudo. "Foi em setembro,quando ela passou uma semana reclusa no terreiro que frequenta,  mas deixou uma série de postagens aleatórias e atemporais para a sua equipe publicar  nas redes sociais. Quando ela saiu, se deu conta da confusão que tava rolando com o nome dela", explicou.

No local, onde Anitta estava, não tinha acesso ao celular. "Basicamente ela tem que ir uma vez por ano "deitar-se", em junho.Mas ela foi em setembro porque tava passando por muitos problemas: separação do marido e questão jurídica com a ex-empresária para quem teve que pagar uma quantia absurda na Justiça". Lembrando: toda a polêmica surgiu porque ela passou a seguir uma menina, amiga de um ex-namorado dela e defensora do Bolsonaro. As pessoas passaram a achar que ela era também uma bolsonarista. Eu não sei em quem ela votou, só sei que ela demorou a se posicionar por essas razões. Por conta dessa demora, ela teve que cancelar o lançamento de um álbum, que vai ser lançado agora, dia 5 de abril.

SEPARAÇÃO

Sobre o conturbado divórcio de um casamento que durou nove meses com o empresário Thiago Magalhães, o autor detalha os vários pontos que levaram ao rompimento definitivo. " Em primeiro lugar, o Thiago mentia muito e vivia uma vida que não era dele. Segundo, ele queria castrar a relação dela com o passado e com os amigos antigos da periferia.  Outro ponto importante foi o assédio moral. Ele a chamava de gorda, suburbana e burra. Por último, ela deu a ele o que nenhum artista pode dar a uma pessoa: holofote e fama.  Só que ela tava apaixonada e demorou a sair dessa situação."

RELAÇÕES AMOROSAS

Leo Dias acredita que a relação de Anitta com o surfista Gabriel Medina engatou e eles estão, sim, namorando. "Mas ela é muito liberal e isso assusta. As pessoas precisam de elo e ela dá poucos. Ele me parece mais conservador", acredita.

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