Aos 67 anos, morre Zeca Bahia, o compositor de "Porto Solidão"

Victor Augusto
Victor Augusto
Publicado em 07/02/2018 às 15:01
Zeca Bahia (Imagem: Reprodução)
Zeca Bahia (Imagem: Reprodução)

Na noite dessa terça-feira (6), morreu Zeca Bahia, um dos nomes mais importantes para a música brasileira da década de 80. O baiano se  revelou como grande personagem da cultura regional após suas canções Porto Solidão e Ave Coração serem regravadas por personalidades como Jessé, Fagner e Daniel. Ele estava internado no seu estado natal desde 29 de janeiro por insuficiência renal aguda, e a morte ocorreu por falência múltipla dos órgãos. O corpo vai ser sepultado nessa quarta (7), em Bom Jesus na Lapa.

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Zeca Bahia, Porto Solidão e Ave Coração

José Ramos dos Santos nasceu em Bom Jesus da Lapa, na Bahia, em 1950. Começou a compor aos 10 anos, e aos 14, saiu sua primeira música. Na década de 70, ele compôs Porto Solidão, que seria eternizada na voz de Jessé, em 1980. Nesse ano, a canção recebeu o prêmio de melhor intérprete no Festival MPB Shell da Rede Globo.

Quando a premiação aconteceu, ela já havia sido regravada por Altemar Dutra, e cantores de outros 43 países.  Além disso, a composição do baiano foi aclamada como uma das cem mais belas do século pela imprensa nacional.

Ave Coração foi escrita por Zeca Bahia em 1979, ao lado de Clodo Ferreira. Ela foi gravada por Fagner e ainda foi regravada em uma versão em espanhol, traduzida pelo escritor poeta, crítico de arte, biógrafo Ferreira Gullar (autor de A luta corporal e João Boa-Morte, cabra marcado para morrer). Zeca deixa uma contribuição de 286 músicas para a cultura nacional.

"A última vez que eu me vi foi ontem"

Após completar 63 anos, Zeca Bahia deu uma entrevista o Gazeta do Oeste, na qual demonstrou lucidez e inteligência na conversa. Ele havia voltado a morar na sua cidade, Bom Jesus da Lapa, onde declarou não ser nem rico nem pobre, mas apensas feliz:

"Sou muito feliz, porque o dia de amanhã passou ontem lá em casa, e me falou que eu esqueci de colocar o futuro na geladeira e ficou passado. E a última vez que eu me vi foi ontem, mas eu fiquei presente esperando o passado passar pra me dizer boa noite”, contou compositor, que levou uma vida boêmia na sua cidade natal.

 

 

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