Criado na década de 40, nos Estados Unidos, o LP - abreviação de long play - já foi o principal meio de um artista divulgar o seu trabalho para o grande público. No fim dos anos 80, houve uma queda nas vendas com a ascensão dos CDs.
Já no final dos anos 90, o disco de vinil se tornou obsoleto e virou um artigo para colecionadores e nostálgicos. Por muitas vezes, os LPs foram reutilizados como peças de decoração, perdendo sua funcionalidade original que é tocar música.
Discos da Vinil Alternativo, no Bairro da Boa Vista - Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem
Atualmente, devido ao aumento da procura por LPs, bandas independentes e artistas consagrados como Nação Zumbi, Fernanda Takai, Pitty, MV Bill, Tulipa Ruiz, Cachorro Grande, entre outros, lançaram disco de vinil. Até porque não se pode negar seu diferencial: qualidade no som, capas e encartes maiores que podem ser mais trabalhados artisticamente.
Essa nova leva de produções faz parte do renascimento da fábrica de vinis Polysom, única na América Latina. Adquirida pela Deckdisc após ter falido em 2007, a empresa tem investido e impulsionado a venda dos discos. Assim os “bolachões” - como são chamados - estão ganhando cada vez mais espaço nas lojas e livrarias. No Recife, não é tão difícil achar locais que vendam LP. Para facilitar, o Social 1 fez uma listinha de cinco lugares onde é possível comprar e até trocar disco de vinil. Confira:
Sebo
Cláudio Alexandre - Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem
Cláudio Fontana da Silva, mais conhecido como Cláudio Alexandre, vende disco de vinil desde os 10 anos de idade. Em seu estabelecimento - que abre a partir das 8h -, localizado na rua Siqueira Campos, no Edifício Brasília, sala 908, no Bairro de Santo Amaro, o vendedor disse que a procura pelo LP aumentou, principalmente entre o público mais jovem.
No estoque, são mais de 10 mil discos de vinil em variados estilos musicais, que vão do brega ao forró, do sertanejo ao axé, do rock nacional ao internacional. Ele classifica a MPB como o tipo mais vendido por quem frequenta sua loja.
São 36 anos comercializando vinil em diversos preços. O mais barato custa R$ 5, o valor da maioria varia entre R$ 10 e R$ 30. Claudio já vendeu disco por R$ 500. Tudo depende do estado de conservação do disco e da dificuldade de ser encontrado. Quanto mais raro, mais caro passa a se tornar.
Feirinha da Universidade Católica de Pernambuco
Ângela Maria - Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem
Localizada no bloco da biblioteca da Universidade Católica de Pernambuco, no Bairro da Boa Vista, a feirinha faz parte do Espaço de Comercialização e Formação da Economia Solidária, sob a coordenação do Instituto Humanitas. Lá, os vinis são vendidos por Ângela Maria Lopes Vanderlei, há um ano, de segunda a quarta, das 9h às 19h.
Segundo a vendedora, o espaço conta com um estoque de 40 vinis e recebe, diariamente, a visita de um público formado por jovens e adultos. Os preços vão de R$ 5 a R$ 20.
Vinil Alternativo
Elvis Miranda - Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem
Com discos vendidos a partir de R$ 1, a Vinil Alternativo - localizada na Rua Sete de Setembro, no Bairro da Boa Vista - funciona das 10h às 18h30 e costuma receber um público variado que passou a crescer em relação aos jovens.
A loja do Sr. Miranda tem 27 anos de existência. Segundo Elvis Miranda, filho do proprietário, além de vender, o estabelecimento também faz trocas, dependendo do estado de conservação do disco. Ele também compra daqueles que querem se desfazer.
Com diferentes estilos, os discos vão de coletâneas à trilha sonora de novelas. Entre nacionais e internacionais. Os preços giram em torno de R$ 6 a R$ 150, mas podem chegar a R$ 220 reais. Em alguns casos de raridades, já foram vendidos por até R$ 500. Atualmente, a loja conta com 700 unidades de vinis, além do estoque com 7 mil títulos bem guardados.
Passa Disco
Fábio Cabral da Passa Disco - Foto: Reprodução/Costa Neto/Secult-PE
A loja Passa Disco fica no Shopping Sítio da Trindade, no Parnamirim, e funciona diariamente das 10h às 19h. A propriedade de Fábio Cabral existe há 14 anos. Inicialmente, a loja vendia apenas CD e DVD, com o aumento da procura por LP, passou a incluir o disco de vinil em suas vendas.
Colecionador dos bolachões, Fábio possui mais de mil unidades em sua casa. Com 200 títulos no estoque, os vinis são vendidos a partir de R$ 3, ficando mais caro quando é lançamento. O público que passa por lá é formado, em sua maioria, por jovens que começaram a se interessar pelo artigo.
Livraria Cultura
Livraria Cultura /Foto: Reprodução
Nem só de livros, CDs e DVDs vive a Livraria Cultura, mas também de disco de vinil. Com duas unidades no Recife - uma no RioMar e outra no Paço Alfândega -, o espaço costuma receber um público variado, entre jovens e adultos, e possui LPs de muitos estilos diferentes, principalmente lançamentos, conforme informação do vendedor Pedro Henrique.
Entre os mais antigos, ele destacou os três primeiros discos de Tim Maia e o primeiro do Clube da Esquina. Os preços vão de R$ 98 a R$ 300. Ainda de acordo com Pedro, não é possível mensurar o estoque, pois está sempre repondo os discos à medida que eles estão sendo vendidos.
