Hebe Camargo terá os detalhes dos seus 83 anos de vida relatados na biografia escrita por Artur Xexéo, que será lançada em maio. Casos curiosos da carreira - encerrada há quase cinco anos com a morte da apresentadora em decorrência de um câncer - estarão presentes no livro, que também vai falar sobre a intimidade da artista, como sua transformação em loira, aborto, rixa com a jornalista Cidinha Campos e violência que Hebe sofreu do seu último marido, Lélio Ravagnani, com quem foi casada por 27 anos.
O escritor colheu depoimentos de Hebe Camargo, pouco antes de ela morrer, e de pessoas que fizeram parte da vida da apresentadora.
Loira
“Eu estava em Nova Iorque com o Luis Ramos e vi aquela mulherada toda loura. ‘Nossa, que coisa linda essas mulheres, pensei’. Comecei, então, a passar água oxigenada na parte de cima do cabelo e gostei”, contou a apresentadora sobre a transformação que aconteceu em 1957.
Aborto
“Eu fiz. Fiz justamente porque achei que era uma coisa muito delicada esse filho ter uma irmã de um mesmo pai com outra mulher... outra irmã com outra mulher. Essa criança ia ficar com uma cabeça tão louca que ia ficar sem saber... Eu acho que é uma coisa muito pessoal. Eu não aconselho as pessoas a fazerem. Eu não aconselho. Acho que é uma coisa que cada um tem que saber o que deve fazer. É uma coisa de conscientização própria”, contou Hebe. Na época, ela estava em um relacionamento com Luis Ramos que tinha uma amante.
Violência
“No começo, a nossa relação era boa. Ele me tratava muito bem. Nunca pus empecilho algum ao relacionamento dos dois. Depois, não ficou boa por causa do excessos de bebida. Havia muita gritaria e discussão na nossa casa. Ele era extremamente ciumento. Voltava alterado das noitadas e brigava com a minha mãe por causa de ciúmes. Insinuava que ela tinha dado muita atenção a alguém ou reclamava que alguém tinha dado muita atenção a ela", contou Marcello Capuano, único filho de Hebe Camargo.
"Eram madrugadas de confusão. E ele ficava violento. Teve uma noite em que minha mãe se trancou no quarto, e ele derrubou a porta dando murro. Com 17 anos, depois de uma dessas brigas, eu tive uma crise e quis sair de casa. Não suportava mais vê-lo tratando mal a minha mãe. Mas ela ficou do lado dele... Dois dias depois de uma briga, eles já estavam vivendo o maior dos amores”, continuou.
Rixa com Cidinha Campos
“Eu tinha a obrigação de ser ‘a má’, e ela não gostava disso. Eu acho que ela foi se irritando com isso. Eu preparava minhas fichas com as minhas perguntas. E as dela - nem todas -, eram preparadas pela produção. Ela começou a achar que as melhores perguntas eram minhas. Ela nunca disse isso claramente. Mas começou a pedir para ver a minha ficha antes de o programa começar a ser gravado, e, de vez em quando, ela trocava as fichas, ficando com as minhas”, revelou Cidinha Campos, que participava do programa Hebe, em 1966. "Quando eu roubava a cena, ela não gostava. Mas isso quase nunca acontecia", encerrou.
