Mulheres apostam em pouca roupa e muita atitude nas ladeiras de Olinda

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 26/02/2017 às 16:27
Maiara Melo é uma das tantas mulheres que apostou nas roupas mais curtas como forma de aceitação feminina. Foto: Reprodução / Instagram
Maiara Melo é uma das tantas mulheres que apostou nas roupas mais curtas como forma de aceitação feminina. Foto: Reprodução / Instagram

Bodies, Hot Pants e biquínis estão dando o que falar neste Carnaval em Olinda, não só pela tendência de moda, mas também pelo que eles representam: liberdade. Várias folionas têm optado por roupas mais curtas e sair sem sutiã como forma de aceitação do próprio corpo e de combate ao machismo e à violência contra a mulher enquanto se divertem pelas ladeiras do Sítio Histórico. Blocos e campanhas também têm divulgado ações contra o assédio e em favor do feminismo na folia, trazendo mais conscientização para a sociedade mesmo neste período de festas.

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Maiara Melo, jornalista e amante da folia de momo, é uma das tantas mulheres que aderiu às roupas mais curtas e justas. "A gente (mulheres) está se soltando mais, apesar do machismo, e é uma forma de nos sentirmos mais seguras umas nas outras. Essa onda feminista tem trazido esse senso de liberdade", explica Maiara.

Ela diz que tem visto várias mulheres que aderiam à nova tendência. "Esse ano eu estava até comentando com as amigas que tinha muitas mulheres de body, hot pants, shortinho e top, de barriga de fora mesmo. Isso é bom, porque a gente se sente segura, por saber que tem outras mulheres que nos dão apoio", comenta.

Apesar da roupa mais justa e das campanhas contra o assédio, muitos homens ainda acreditam que no Carnaval pode tudo, mas Maiara disse que responde a altura sempre que pode. "Na sexta-feira mesmo eu estava indo para Olinda e questionei um homem que soltou piadas machistas enquanto estava trabalhando como orientador de trânsito. Pra mim respeito acontece o ano todo, independente do Carnaval", desabafa a jornalista. São atitudes como estas que tem levado várias mulheres a não tolerarem ações masculinas de assédio, como a expulsão de um homem de um bloco em São Paulo após ele assediar mulheres no último sábado (25).

Blocos feministas desfilam ativismo nesta segunda em Olinda

Embarcando na onda feminista, nesta segunda-feira (27) dois blocos darão o ar da graça em Olinda: o "Essa Fada" e a "Vaca Profana".

Às 10h o bloco "Essa Fada" desfilará saindo da rua da Boa Hora, no Varadouro. Criado em 2015, o Grêmio Anárquico Feminístico Essa Fada faz uma alusão à fantasia da fada e brinca com o imaginário sexista da figura meiga e perfeita.

Já o Vaca Profana, que planeja sair às 14h, a partir da Avenida Dr. Joaquim Nabuco, no bairro de Ouro Preto. O coletivo feminista tem por objetivo engajar, promover e articular mulheres pela autonomia de seus corpos.

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