"Clarissa namora Diogo, que é primo de Joana, que estudou a vida toda com Filipe, o irmão de Gilberto, ex de Clarissa". Esse tipo de teia é comum de ser feito por quem é recifense. Há sempre pontos que vão se ligando até formarem um círculo e renderem uma constatação: "Recife é um ovo" - ou seja, na cidade de mais de 1,5 milhão de habitantes, há a impressão de que, se ligar pontos, no fim, todo mundo pode conhecer todo mundo.
A série Justiça, que estreou na semana passada e é ambientada no Recife, parece ser tão sobre o Recife que até isso, imaginamos que sem querer, retrata. Vicente (Jesuíta Barbosa) é filho de Euclydes (Luiz Carlos Vasconcelos), que é sócio de Antenor (Antonio Calloni), de quem leva um golpe, o pai de Téo (Pedro Nercessian), que flerta com Elisa (Débora Boch), a mãe de Isabela (Marina Ruy Barbosa), namorada de Vicente morta por ele.
A ver mais: o contador Maurício (Cauã Reymond) é casado com Beatriz (Marjorie Estiano), que é atropelada por Antenor; ela pede para ser morta a Maurício, que consegue drogas com Celso (Vladimir Brichta), o mesmo que vendeu drogas a Vicente, Rose (Jéssica Ellen) e Débora (Luisa Arraes), a filha da jornalista Lucy Carneiro (Fernanda Vianna), que investiga o golpe de Antenor à empresa de ônibus da qual ele era sócio com Euclydes e na qual trabalham Maurício e o motorista Waldir (Ângelo Antônio), marido de Fátima (Adriana Esteves), empregada doméstica da casa de Elisa, a ex-sogra de Vicente, de quem quer se vingar.
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