O Recife de "Justiça"

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 23/08/2016 às 7:00
abertura-segunda FOTO:

Justiça, a série que a Globo estreou nesta segunda (22), é, na história da teledramaturgia, a obra mais recifense já feita para o País inteiro ver. Escrita por Manuela Dias e sob direção artística de José Luiz Villamarim, a produção é ambientada na capital pernambucana - onde ocorreu parte das gravações -, mas não só pelas locações.

Pina Téo (Pedro Nercessian) e Elisa (Débora Bloch) em cena na praia - Fotos: reprodução

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"A cidade em Justiça é quase igual ao Titanic: tem a primeira classe, a classe média, a classe baixa, e a questão da justiça é um corte vertical nessas horizontalidades sociais. Não dá pra fugir disso na hora de escolher a locação", diz a autora da trama em vídeo para o GShow.

Em outras palavras, a notável divisão sociogeográfica da cidade do Recife, por classes sociais, é o lugar perfeito para estabelecer a reflexão que a autora pretende sobre o que é justiça e todos os desdobramentos dessa questão. O diretor acrescenta que, no Recife, a verticalização dos prédios criou uma horizontalização (do que sobrou embaixo) vazia, solitária e melancólica, "apesar da pulsação pernambucana do frevo".

Santa-Isabel

O Edifício Holiday, em Boa Viagem, ícone da arquitetura do Recife, apareceu na abertura do primeiro capítulo - serão 20 ao todo, cada um com uma abertura própria, a partir de um take de uma locação recifense.

O Holiday, aliás, é uma boa representação da divisão de classes: incrustado em Boa Viagem, foi verticalizado para ascender endinheirados, mas uma vez abandonando, tornou-se reduto de marginalizados, como uma bolha em meio aos outros.

Barzinho-no-Pina Celso (Vladimir Brichta) e Vicente (Jesuíta Barbosa), no Pina

A atmosfera do Recife foi sentida nos lugares, nos personagens e em elementos. O sotaque percorreu todo o episódio - o de Marina Ruy Barbosa, é na medida. Teve imagens das areias do Pina e de Boa Viagem, e também do calçadão, tendo Crua, de Otto, como trilha...

Orla-de-BV A avenida Boa Viagem apareceu já no 1º capítulo

Viu-se, ainda, o Palácio do Campo das Princesas transformado num restaurante grã-fino e peças de Francisco Brennand enfeitando uma mesa de centro. No capítulo desta terça (23), a fotografia realista de Walter Carvalho vai mostrar o subúrbio recifense como o lugar da empregada doméstica Fátima (Adriana Esteves).

Palacio Elisa (Debora Bloch) e Téo (Pedro Nercessian) em frente ao Campo das Princesas, que na trama é um restaurante

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