Com o single "Formation", Beyoncé comprova que a música é um ato político

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 12/02/2016 às 9:52
img-1036336-beyonce-na-capa-do-single-formation FOTO:

Quem diz que a música não é um ato político pode estar enganado. Diante do preconceito e machismo que ainda nutrem a sociedade, artistas do mundo pop estão usando a arma mais poderosa que possuem para lutar: as canções. Nicki Minaj, M.I.A, Iggy Azalea, Madonna, John Legend, Azealia Banks são alguns nomes que já debateram - e muito! - sobre temas polêmicos nos versos das suas músicas.

Agora foi a vez de Beyoncé. Após abordar o feminismo, a cantora levantou uma das questões mais delicadas em seu novo single: o racismo. A música e o clipe de Formation traz discussões pertinentes como o descaso com a população negra de Nova Orleans após o furação Katrina em 2005, a segregação racial, a herança escravocrata, a violência contra os jovens negros e muito, muito mais.

Bey, que nasceu no Texas e tem pais vindos da Luisiana e do Alabama, dois estados do sul marcados pelo passado escravocrata, teve a intenção de denunciar o racismo nos Estados Unidos e a violência das autoridades contra as comunidades negras e periféricas. No vídeo, a cantora também lembrou o "Black Lives Matter", movimento que começou em 2012 após o assassino de Trayvon Martin, e George Zimmerman ser inocentado pelo crime. Desde lá, a organização vem tentando lutar por justiça nos diversos casos que aconteceram nos EUA envolvendo policiais brancos e jovens negros. Em Formation, uma criança aparece dançando para policiais enquanto a mensagem "Parem de atirar na gente" é mostrada na tela.

Veja o clipe:

Polêmica 

Tudo começou quando a cantora apresentou Formation no Super Bowl 50. Além da canção e da coreografia que relembravam um tipo de "exército", Bey e as dançarinas utilizavam roupas que remetiam à organização Panteras Negras, fundada em 1966 para proteger moradores dos guetos negros da Califórnia contra a brutalidade policial, e, mais uma vez, fez menção à Malcom X, negro que lutou ao lado de Martin Luther King, quando as dançarinas formaram um X no gramado. Policiais, autoridades e até mesmo os jogadores da NFL não concordaram com a perfomance e novo single foi alvo de muitas críticas.

Até o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani se manisfestou. “Isso é futebol, não Hollywood, e eu pensei que foi muito ultrajante ela ter usado o evento como uma plataforma para atacar policiais, que são as pessoas que protegem ela, e que nos protegem, e que nos mantém vivos” disse.

Beyoncé no Super Bowl. Foto: Reprodução Beyoncé no Super Bowl

Últimas notícias