Jesuíta Barbosa/Fotos: André Nery/JC Imagem
O ator Jesuíta Barbosa esteve no UCI Kinoplex do Shopping Recife, segunda (18), na pré-estreia do filme Reza a lenda, promovida pela operadora Claro. No longa de Homero Olivetto, gravado no Sertão pernambucano, ele vive Pica-pau e pertence a um bando de motoqueiros armados que se esforça por fazer chover sobre na região. A trama, que envolve ação, violência, fé e misticismo, estreia nesta quinta (21), nos cinemas. Nós conversamos rapidamente com ele. Acompanhe:
Esse trabalho fez você voltar ao Sertão [ele é natural de Salgueiro, mas mora em Fortaleza e no Rio]. Como foi esse regresso?
Despertou em mim um sentimento diferente de quando trabalhei ou morei lá. Eu não deixo de pertencer ao Sertão, mas senti uma espécie de solidão. Me senti sozinho ainda que eu estivesse com um grupo de pessoas muito próximas, como Nataly Rocha [intérprete de Cira no filme], que é minha amiga de Fortaleza. Mas a preparação me deu um certo tipo de afastamento. Fiquei num ritmo frenético de estar sozinho e acho que foi bom para o resultado do filme.
Você tem a sorte de sempre voltar ao seu lugar, o Sertão. Foi assim também na sua estreia na TV, em Amores Roubados [série da Globo, de 2014]...
Não é sorte, não. É uma coisa que chama mesmo. E eu acredito muito nisso: se você almeja, consegue. Por eu ter nascido lá, ser de lá, aquele lugar me chama o tempo todo; eu sou todo pra ele e vou voltar muitas vezes... Tu vai ver! Vou filmar lá.
Pretende dirigir?
Pretendo, mas não sei se lá... É uma ideia muito no início. Em Fortaleza vou fazer um filme com meus amigos do grupo de teatro de que eu participei, o Travestidas. Mas acho que é um lugar interessante pra fazer cinema, por se delicado. E eu quero filmar isso - umas delicadezas.
Como foi a experiência em Ligações Perigosas?
Deixou um caminho interessante de estudo. A gente ficou muito imbuído com o livro, os filmes que já existiam; fazia mesa-redonda pra conversar sobre o que a gente ia fazer... Esse caminho de ensaios e encontros foi muito interessante. E também a viagem que a gente fez pra Patagônia... Quando a equipe viaja tudo se torna mais condensado, fica mais gostoso.
A TV capturou você. Não faz muito tempo que estreou [em 2014], já tem bons trabalhos e acabou de filmar uma série [Nada será como antes] sobre os 50 anos da TV...
É um lugar em que você consegue ser notado e isso é muito importante para o trabalho de ator. Eu não tenho nenhum problema em falar nisso: eu quero ser percebido e fazer meu trabalho com muita dignidade. Não acho que a TV é um problema. Ela sempre aparece como um problema e as pessoas não conseguem divagar muito bem sobre qual problema ela é.
Seria preconceito?
É um certo tipo de preconceito... Pois é [pausa]. Mas nesse lugar eu tive sorte.
