A pedidos, o Social1 posta texto da coluna Dia a Dia de segunda (18), no dia do aniversário de Renata Campos.
A fortaleza
Há em cada pessoa um manancial de força. Em Renata Campos, parece haver 'a força que nunca seca', como diz verso de canção homônima [de Chico César e Vanessa da Mata]. Para a ex-primeira-dama, a gente até salva a expressão 'firme e forte' do pejoro de ser clichê. Não haveria outra mais definitiva.
Renata atravessou esses dias mantendo uma postura que só Deus... No domingo (17), durante o velório do marido e a missa campal, recebia amigos e desconhecidos como quem abre a porta de casa. Movida, talvez, pela consciência de que Eduardo Campos há muito tempo não era só da família. Era de Pernambuco. E não só: já semeava em terrenos mais além...
'Ele tinha uma família linda! Coitada da Renata!', exclamou Aécio Neves quando soube do acidente, na quarta (13). As imagens que vimos de sábado para domingo são arrepiantes, de no mínimo marejar. Mas há uma beleza: a família continua linda. É, quem sabe, a força.
Os três filhos mais velhos, João, Eduarda e Pedro, de pulsos levantados, acompanhando o corpo do pai, é cena tão triste quanto bela. Eduarda à beira do caixão, alisando-o, beijando-o e rindo para a foto de Eduardo, é beleza na tristeza. O pequeno José abraçado ao ataúde, idem. O mais velho, João, consolando Lula e a avó, Ana Arraes, que bradava 'Meu Deus, porque não eu?', é cortante. Mas há ternura. Na força é que há.
'O que faz o equilíbrio cego/ a lata não mostra/ o corpo que entorta/ pra lata ficar reta' é verso-poema da canção citada acima: Renata, aqui e ali, já era mencionada como o porto seguro de Eduardo. Ou seja, a fortaleza - que gera beleza - sempre esteve ali. Agora, pela exigência das circunstâncias, ficou tão explícita. A gente deseja a Renata e à família que a força nunca seque."
